China sinaliza apoio contínuo aos esforços de guerra russos após sanções da UE

A União Europeia impôs as primeiras sanções completas – incluindo proibições de viagens e congelamento de bens – aos intervenientes chineses que alegadamente ajudam os esforços de guerra de Moscovo.

Por Dorothy Li
18/12/2024 22:14 Atualizado: 18/12/2024 22:14
Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.

O regime comunista chinês, em 17 de dezembro, afirmou que continuará cooperando com a Rússia, em resposta à inclusão de indivíduos e entidades chinesas em uma lista de sanções da União Europeia (UE) por supostamente auxiliarem os esforços de guerra de Moscou.

O Conselho Europeu, instituição que define a direção política geral da UE, anunciou em 16 de dezembro um novo conjunto de sanções contra a Rússia devido à guerra em andamento na Ucrânia. Este pacote, o 15º desde o início do conflito, inclui sanções contra o ministro da Defesa da Coreia do Norte, além de sete indivíduos e entidades da China.

“As trocas e cooperações normais entre empresas chinesas e russas não devem ser interrompidas ou influenciadas,” disse Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, durante uma coletiva em Pequim. O regime tomará “as medidas necessárias para proteger resolutamente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas,” afirmou.

A Comissão Europeia, braço executivo da UE, declarou que esta é a primeira vez que sanções plenas—incluindo proibição de viagens e congelamento de bens—são impostas a atores chineses.

“A Comissão saúda a adoção, pelo Conselho, do 15º pacote de sanções contra a Rússia,” afirmou o órgão. “O foco deste pacote é continuar reprimindo a frota sombra da Rússia e combater a evasão das sanções.”

Entre os sancionados, uma pessoa e duas entidades foram acusadas de ajudar a contornar as sanções da UE. Quatro empresas da China continental e de Hong Kong foram adicionadas à lista por supostamente fornecerem “componentes sensíveis para drones e microeletrônicos” para apoiar a indústria de defesa russa.

Kaja Kallas, recém-nomeada chefe de política externa da UE, destacou que esta ação transmite uma mensagem clara: “Ajudar a Rússia nesta guerra também tem um custo para a China.”

“Temos que ser muito claros sobre isso, porque não devemos repetir o erro que cometemos com a Rússia,” disse Kallas a repórteres após uma reunião dos ministros das Relações Exteriores da UE em Bruxelas. Kallas mencionou que, durante uma visita à Ucrânia, ouviu que os satélites usados pelos drones russos “são fornecidos pelos chineses.”

“Eu não verifiquei se isso é verdade, mas foi o que os ucranianos disseram,” comentou Kallas.

“Portanto, acho que precisamos trabalhar nisso e deixar claro que desempenhar esse papel na guerra, ou ajudar a promovê-la, tem um preço para quem está envolvido.”

Entre os sancionados pela UE está Li Xiaocui, empresária chinesa vinculada a várias empresas na China e em Hong Kong. A UE acusou Li de exportar produtos para a Unimatik, uma grande empresa do setor de defesa da Rússia que já foi sancionada, segundo o jornal oficial da UE.

As empresas de Li, Shijiazhuang Hanqiang Technology Co.—fabricante de maquinário para lã de rocha, sediada na província chinesa de Hebei—e ARCLM International Trading Co. Ltd., localizada em Hong Kong, também foram incluídas na lista de sanções.

A Asia Pacific Links Ltd., uma empresa sediada em Hong Kong, foi identificada como “a maior fornecedora de componentes microeletrônicos para empresas russas” desde o início do conflito entre Rússia e Ucrânia. De acordo com o jornal oficial da UE, esses componentes foram usados na fabricação de drones “Orlan” para o exército russo.

Outras três empresas chinesas incluídas no mais recente pacote de sanções foram Juhang Aviation Technology Shenzhen Co. Limited, Redlepus TSK Vektor Industrial (Shenzhen) Co., Ltd. e Xiamen Limbach Aviation Engine Co., Ltd., fabricante de motores para drones. Elas foram acusadas de canalizar suprimentos por meio de um intermediário para uma subsidiária da Almaz-Antey, uma fabricante estatal russa de armas, com componentes supostamente usados na produção de drones de ataque de longo alcance para o esforço de guerra.

A decisão da UE de impor sanções a atores chineses foi bem recebida por alguns legisladores europeus.

A parlamentar eslovaca Miriam Lexmann disse, em publicação na rede X, que o regime chinês teve “muitas oportunidades para parar de facilitar a agressão russa contra a Ucrânia,” descrevendo as sanções da UE como “um movimento limitado, mas ainda assim importante.”

Engin Eroglu, membro do Parlamento Europeu, aplaudiu a medida como “correta e importante.”

“Um rival sistêmico apresenta riscos sistêmicos, e a UE precisa se preparar para eles. A UE deve agora avançar rapidamente em outras áreas também, como a revisão do monitoramento de investimentos estrangeiros diretos e os controles de exportação,” afirmou Eroglu em declaração na rede social X.