‘China percebe fraqueza’: Pence Insta Biden a tomar posição mais dura contra PCC

Milhões de americanos "acordaram para o fato de que o Partido Comunista Chinês aspira não apenas juntar-se à comunidade das nações economicamente desenvolvidas, mas a sentar-se no topo de uma nova ordem global criada à sua própria imagem"

16/07/2021 01:39 Atualizado: 17/07/2021 07:51

Por Isabel Van Brugen

Em um discurso de política externa, o ex-vice-presidente Mike Pence, na quarta-feira, pediu ao governo Biden que endurecesse sua posição em relação à China, dizendo que o Partido Comunista Chinês (PCC) “percebe fraqueza no novo governo”.

Falando na sede da Heritage Foundation em Washington, Pence instou o presidente Joe Biden a retirar da lista as empresas chinesas que não atendem aos padrões de contabilidade dos EUA, encerrar todo o financiamento público e privado de pesquisas científicas na China e exigir que Pequim seja transparente sobre as origens do vírus do PCC, entre outras ações para enfrentar os abusos do regime na ordem internacional baseada em regras.

Milhões de americanos “acordaram para o fato de que o Partido Comunista Chinês aspira não apenas juntar-se à comunidade das nações economicamente desenvolvidas, mas a sentar-se no topo de uma nova ordem global criada à sua própria imagem”, disse o ex-vice-presidente. “Um mundo em que a liberdade é limitada, mas o poder de Pequim não”.

Biden deve adotar uma linha mais dura em meio à “guerra fria emergente com a China”, disse Pence sobre a ameaça representada pelo PCC.

“Nossos líderes eleitos devem se basear no progresso da administração Trump-Pence e usar o poderio econômico e militar dos Estados Unidos para conter as ambições do Partido Comunista Chinês de uma forma que coloque o povo americano e os valores americanos em primeiro lugar, “continuando “Somente uma América orgulhosa, confiante e unida pode enfrentar o desafio da China.”

Suas observações ocorreram em um momento em que a teoria de que o vírus era resultado de um vazamento do Instituto de Virologia de Wuhan ganhou maior cobertura como uma possibilidade na grande mídia, à medida que um número crescente de cientistas e funcionários discutem as evidências que sustentam a hipótese.

A COVID-19, a doença causada pelo vírus PCC, foi registrada pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan.

Em 26 de maio, o presidente Joe Biden ordenou que a comunidade de inteligência produzisse um relatório em 90 dias sobre as origens do vírus, dizendo que as agências de inteligência estão estudando diferentes teorias, incluindo a possibilidade de um acidente de laboratório na China.

Entre outras demandas, Pence pediu ao governo Biden que banisse os Institutos Confúcio apoiados por Pequim nos campi universitários americanos e exigisse que as Olimpíadas de 2022 fossem retiradas de Pequim, a menos que o PCC “se abrisse sobre o coronavírus” e ponha fim à sua perseguição aos uigures.

Os comentários do ex-vice-presidente ocorreram semanas depois de uma pesquisa do Pew Research Center, dos Estados Unidos, ter encontrado visões negativas da China entre as economias mais avançadas do mundo em níveis quase recordes, em meio a preocupações com o histórico de direitos humanos de Pequim.

Um relatório do Pew divulgado em 30 de junho, detalhando os resultados de uma pesquisa de 17 economias avançadas na Europa, América do Norte e região da Ásia-Pacífico, mostra que uma grande maioria – oito em cada dez entrevistados – tem uma opinião desfavorável ao regime chinês e acredita que ele “não respeita as liberdades pessoais de seu povo”.

Pequim enfrenta um crescente escrutínio por seus abusos de direitos humanos, incluindo a supressão de minorias religiosas e étnicas e a implementação de uma lei drástica de segurança nacional em Hong Kong desde julho de 2020, que caracterizou como atos de subversão e secessão qualquer discurso ou ação política é considerado contrário ao regime vigente, com pena máxima de prisão perpétua.

Na região de Xinjiang, noroeste da China, as autoridades chinesas foram acusadas de cometer genocídio contra uigures e outras minorias étnicas, incluindo a detenção de pelo menos um milhão de pessoas em campos secretos de “reeducação política”.

“Agora, mais do que nunca, nossos líderes devem levar a sério a ameaça imediata e mortal representada pelo Partido Comunista Chinês”, disse James Carafano, vice-presidente do Heritage para segurança nacional e política externa, em um comunicado após o discurso de Pence.

“O vice-presidente Pence articulou claramente não apenas a ameaça que enfrentamos, mas as muitas ações políticas concretas que o governo Biden e o Congresso podem e devem tomar em defesa dos interesses e valores americanos”, acrescentou.

“Não podemos nos dar ao luxo de voltar aos ‘negócios normais’ em relação à China. É hora de continuar o que a administração Trump começou e garantir nosso futuro contra os avanços globais do Partido Comunista Chinês.

 

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