China e Rússia devem realizar exercícios navais conjuntos esta semana

20/12/2022 17:39 Atualizado: 20/12/2022 17:39

Pequim e Moscou realizarão exercícios navais conjuntos a partir de 21 de dezembro, um exercício que sinaliza a crescente cooperação entre dois dos maiores rivais dos Estados Unidos.

Os exercícios conjuntos, que são um evento anual desde 2012, acontecerão no Mar da China Oriental.

“A parte ativa do exercício incluirá disparos conjuntos de mísseis e artilharia contra alvos aéreos, disparos de artilharia contra alvos marítimos e o treinamento de ações antissubmarinas conjuntas envolvendo o uso prático de armas”, disse o Ministério da Defesa da Rússia em um comunicado, de acordo com TASS.

O principal objetivo dos exercícios conjuntos é “aumentar a cooperação naval entre a Rússia e a China”, observou o ministério. A Marinha russa afirmou que o cruzador de mísseis Varyag, o contratorpedeiro Marshal Shaposhnikov e duas corvetas da Frota do Pacífico da Rússia também participarão do exercício.

O Exército de Libertação do Povo Chinês (PLA) enviará dois navios de patrulha, dois contratorpedeiros, um submarino a diesel e um navio de abastecimento integrado para o exercício.

Os exercícios também envolverão helicópteros e aeronaves da Frota do Pacífico e do PLA, de acordo com o ministério. Para participar do exercício, navios russos partiram em 19 de dezembro do porto de Vladivostok, no Pacífico, na Rússia.

Cooperação Rússia-China

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia no final de fevereiro, a cooperação entre Moscou e Pequim se fortaleceu.

Em setembro, a China enviou mais de 2.000 soldados junto com 300 veículos militares, três navios de guerra e 21 aeronaves de combate para um exercício conjunto com a Rússia. Foi a primeira vez que Pequim enviou forças de três ramos de suas forças armadas para participar de um único exercício na Rússia.

Em novembro, bombardeios das forças russas e chinesas participaram de patrulhas conjuntas no Mar da China Oriental e no Mar do Japão. Enquanto bombardeiros chineses voavam para uma base aérea russa, bombardeiros da Rússia pousaram na China pela primeira vez.

O secretário-chefe do gabinete japonês, Hirokazu Matsuno, levantou preocupações sobre os exercícios conjuntos.

“Vamos acompanhar de perto a crescente cooperação entre os dois países com um sentimento de preocupação”, disse ele durante uma coletiva de imprensa.

A China se recusou a criticar Moscou por invadir a Ucrânia e, em vez disso, colocou a culpa do conflito na OTAN e nos Estados Unidos por provocar a Rússia.

O regime de Pequim também criticou as sanções impostas a Moscou. Em troca, a Rússia estendeu o apoio à China em suas tensões com os Estados Unidos em relação a Taiwan.

Lidando com a China e Rússia

No relatório da Estratégia de Segurança Nacional dos EUA para 2022, divulgado em outubro (pdf), Washington recomendou a adoção de duas estratégias diferentes para lidar com as ameaças representadas pela China e pela Rússia.

“A RPC [República Popular da China] e a Rússia estão cada vez mais alinhadas uma com a outra, mas os desafios que representam são, de maneiras importantes, distintas. Vamos priorizar a manutenção de uma vantagem competitiva duradoura sobre a RPC, ao mesmo tempo em que restringimos uma Rússia ainda profundamente perigosa”, diz o relatório.

Ele destaca a China como o “único concorrente” que tem a intenção e a capacidade de remodelar a ordem internacional. Pequim está buscando modernizar e fortalecer suas forças armadas enquanto desgasta as alianças dos EUA no Indo-Pacífico e em todo o mundo, afirma.

Washington apresentou três estratégias para lidar com a China: investir nas vantagens americanas de democracia, inovação, competitividade e resiliência; alinhar os esforços dos EUA com seus aliados e parceiros; e competindo para defender os interesses dos EUA e construir a visão da América para o futuro.

No que diz respeito à Rússia, o relatório aponta que a guerra de Moscou contra a Ucrânia “diminuiu profundamente” seu status em comparação com a China e outras potências asiáticas, como Japão e Índia.

 

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