Por Paul Huang, Epoch Times
Como as empresas chinesas dominam cada vez mais a manufatura no mercado farmacêutico global, um especialista diz que é chegada a hora de os políticos americanos começarem a tratar a medicina como um ativo estratégico e garantir que o público americano tenha uma reserva saudável de remédios essenciais para um potencial período de crise.
Rosemary Gibson, assessora sênior do Hastings Center, disse em 7 de maio que seria um grave erro os Estados Unidos confiarem num único país para fabricar medicamentos que os americanos dependem para sua saúde e sobrevivência básica.
Esse país é a China, que vem expandindo rapidamente sua indústria farmacêutica e agora é o fabricante de milhares de medicamentos encontrados em hospitais e farmácias dos EUA e do mundo. O regime chinês tem um plano para ser a “farmácia do mundo”, de acordo com Gibson, e poderá em breve ultrapassar a Índia como o fabricante dominante de medicamentos genéricos.
Em abril, o Epoch Times relatou sobre o novo livro de Gibson, “China RX: expondo os riscos de a América depender da China para medicamentos”, em coautoria com Janardan Prasad Singh. O livro documenta o que levou à dependência dos EUA pelas drogas fabricadas na China. Ele detalha como o regime chinês superou e, em alguns casos, levou a falência muitas empresas farmacêuticas globais e norte-americanas enquanto deprimia os preços com subsídios, roubava de concorrentes e sacrificava a qualidade dos produtos.
Na segunda-feira, 7 de maio, Gibson falou novamente sobre seu novo livro na Escola de Saúde Pública do Instituto Milken, na Universidade George Washington, e disse que os políticos precisam tomar medidas imediatas para mudar a atual abordagem da regulamentação da medicina, que a atualmente a considera “não mais importante do que camiseta”.
“Precisamos ver a medicina como um ativo estratégico, assim como vemos o petróleo e o suprimento de energia”, disse Gibson. “Um ativo estratégico é algo que fará nosso país desmoronar, se não o tivermos.”
Gibson advertiu que a crescente dependência dos Estados Unidos e do mundo das drogas chinesas poderia ser desastrosa se houver um “evento Fukushima” na China. O regime chinês também poderia facilmente privar os americanos de drogas essenciais no caso de um conflito nos Mares do Leste e do Sul da China, por exemplo.
Na 2ª Guerra Mundial, o governo federal americano trabalhou com a farmacêutica americana Pfizer para garantir que houvesse remédios essenciais suficientes para os soldados, especialmente a penicilina, que salvou dezenas de milhares de vidas. Quando a indústria e o governo trabalham juntos, eles podem garantir que a política de drogas do país seja consistente com a segurança nacional, disse Gibson.
Ironicamente, o fabrico de penicilina é agora praticamente monopolizado pelos fabricantes chineses, juntamente com muitos outros medicamentos essenciais, como a vitamina C e a heparina. O livro de Gibson detalha como os “cartéis de drogas” chineses, apoiados pela política industrial agressiva do regime chinês, assumiram o controle dos mercados globais de drogas.
Dan Slane, ex-comissário da Comissão de Revisão Econômica e de Segurança dos Estados Unidos (USCC, na sigla em inglês), também disse no painel que o governo dos EUA tem de incentivar as empresas farmacêuticas a fabricarem no próprio país, caso contrário a China “eliminará tudo”.
Citando o tenso impasse de disputa fronteiriça entre a Índia e a China no ano passado, Gibson disse que a mídia indiana tem divulgado amplamente como a crescente dependência do país por drogas da China poderia tornar a Índia vulnerável no caso de um conflito.
“Imagine que um soldado indiano abra seu kit de primeiros socorros e descubra que o remédio de emergência está se esgotando e é feito pela China”, disse Gibson, lembrando um relatório amplamente divulgado pela mídia indiana que despertou grande alarme. “Ainda precisamos ver um artigo proeminente na mídia americana falando sobre nossa dependência das drogas chinesas.”
Discutindo como o governo dos EUA poderia se mobilizar para tornar a medicina um ativo estratégico, Gibson disse que é mais importante garantir que a indústria dos EUA tenha capacidade contínua de fabricar medicamentos essenciais em boa qualidade e quantidade, em comparação com apenas estocar esses medicamentos. Os políticos e autoridades também devem se movimentar para apoiar uma maior inovação na fabricação de medicamentos, disse Gibson, já que não tem havido muitos avanços na tecnologia farmacêutica nas últimas décadas.