Por Brehnno Galgane, Terça Livre
Após uma importante denúncia feita pelo político britânico Nigel Farage e pelo jornal britânico Daily Mail nesta semana, foi identificado que o Partido Comunista da China (PCC) está comprando escolas privadas no Reino Unido e inserindo suas pautas políticas nas disciplinas.
Nos últimos anos, o PCC vem tentando implementar sua política conhecida como “Um Cinturão, Uma Rota” – também chamada de Nova Rota da Seda – que se trata de uma série de projetos de investimento e infraestrutura para garantir o domínio chinês num novo ordenamento econômico e social global.
Com as políticas de lockdowns e confinamentos impostos pelo governo britânico, muitas escolas não conseguiram se manter de pé. As escolas tiveram uma queda de 35% no faturamento e, consequentemente, o custo por aluno subiu 20% com as necessidades de criar todo um sistema que fornecesse aulas online e possibilidade de teletrabalho para alguns funcionários.
Diante dessa realidade, diversas instituições tiveram que declarar falência, o que levou o assédio de grupos chineses, comprando os colégios em crise.
Um dos líderes nesse cenário foi o grupo Bright Scholar, que já havia comprado algumas faculdades britânicas em 2019, incluindo as importantes Bournemouth Collegiate School e a Saint Michael’s School em Llanelli, Carmarthanshire.
Outros grupos chineses que também investiram pesadamente no setor educacional britânico é o Wanda Group e Confucius International Education Group. Ao total, já são 17 escolas privadas britânicas que agora pertencem a conglomerados chineses.
Outro grupo chinês, o Ray Education não faz qualquer questão de esconder seus planos de usar suas escolas britânicas para ajudar o governo chinês a expandir a estratégia do “Um Cinturão, Uma Rota” de Xi Jinping. O CEO da Ray Education, James Hu, é secretário do comitê distrital de Hongkou do Partido Comunista Chinês.
Nigel Farage, em um texto para o Daily Mail, disse que as escolas estão usando ferramentas educacionais para ensinar às crianças uma visão deturpada da realidade chinesa.
“Seus alunos aprendem uma versão altamente higienizada da história e da política chinesa. Nenhuma menção é feita à situação dos muçulmanos uigur ou à erradicação da democracia em Hong Kong”, declarou Nigel.
As escolas também chegaram a oferecer apps do PCC como o “Chinese Buddy” (Amigo chinês, em tradução livre) que exibe vídeos com o desenho do ditador Xi Jinping dançando de forma amigável, como um “guia online” para os alunos.
Outra ferramenta de aprendizagem popular é o “Chairman’s Bao”, um serviço de notícias para crianças que inclui artigos sobre como turistas supostamente se surpreendem e aproveitam as viagens à China.
“O mundo está sendo dominado furtivamente pelo Partido Comunista Chinês. Sob um projeto neocolonial, o presidente Xi Jinping espera alcançar a dominação econômica global por meio de investimentos internacionais maciços (…) Existe uma dimensão cultural que cheira a propaganda e doutrinação”, alertou Nigel.
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