Chile registra pico maciço de casos do vírus do PCC, apesar das altas taxas de vacinação

Ministério da Saúde do Chile atribui salto nos casos positivos recentes à variante Ômicron

26/01/2022 09:41 Atualizado: 26/01/2022 09:41

Por Autumn Spredemann

Como muitas nações, o Chile testemunhou um aumento significativo nos casos do vírus do PCC (Partido Comunista Chinês) que começaram no dia 27 de dezembro e atingiram o pico em 17 de janeiro, com um aumento surpreendente de 144% nos pacientes positivos registrados.

Embora diferente da maioria dos países que enfrentam picos de casos pós-feriado, o Chile possui os níveis mais altos de imunização contra o vírus do PCC na América Latina, com 88,9%.

Além disso, a pequena nação sul-americana entrou para a lista dos cinco países mais vacinados do mundo.

Autoridades do Ministério da Saúde do Chile atribuíram o salto nos casos positivos recentes à variante Ômicron, altamente contagiosa, que os pesquisadores identificaram em novembro passado.

Há consideravelmente menos mortes e hospitalizações associadas ao recente fluxo de novos casos.

Profissional da saúde mostra uma dose da vacina Sinovac durante o primeiro dia da campanha de vacinação em massa em Santiago, no Chile, no dia 3 de fevereiro de 2021 (Marcelo Hernandez/Getty Images)
Profissional da saúde mostra uma dose da vacina Sinovac durante o primeiro dia da campanha de vacinação em massa em Santiago, no Chile, no dia 3 de fevereiro de 2021 (Marcelo Hernandez/Getty Images)

A introdução de uma quarta dose da vacina, ou segunda dose de reforço, foi anunciada no dia 10 de janeiro pelo ex-presidente Sebastian Piñera, que reafirmou o compromisso do governo com a imunização como a principal linha de defesa contra a infecção.

No entanto, algumas evidências sugerem que a imunidade natural está desempenhando um papel fundamental na prevenção de casos graves da doença.

No dia 19 de janeiro, os Centros de Controle de Doenças (CDC) nos Estados Unidos divulgaram estudos médicos da Califórnia e Nova Iorque, que compilaram dados de infecção pela COVID-19 de maio a novembro. As descobertas apontam que os que sobreviveram a uma infecção anterior saíram-se muito melhor contra a doença do que aqueles que apenas tinham sido vacinados.

Outro estudo divulgado pelo Centro de Pesquisa de Vírus da Universidade de Glasgow, no início de janeiro, mostrou que a imunidade natural adquirida por uma infecção anterior era mais eficaz do que pessoas que receberam apenas duas doses de uma vacina. No entanto, a imunidade natural mostrou-se menos potente do que aqueles que nunca contraíram a doença, mas receberam uma terceira dose do imunizante.

Embora o CDC reconheça a existência da imunidade natural ao vírus que causa a COVID-19, o mesmo sustenta que a melhor prevenção contra o desenvolvimento de sintomas graves é a vacinação.

No entanto, a eficácia de certas imunizações também foi questionada.

Em abril passado, o diretor do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças, Gao Fu, admitiu que a eficácia das vacinas chinesas precisava melhorar.

Nos primeiros dias de seu cronograma de inoculação, o Chile dependia fortemente do Sinovac-CoronaVac da China para proteger sua população. A vacina acima mencionada é um vírus inativado com apenas 51% de eficácia.

No entanto, Piñera anunciou no dia 24 de janeiro que uma remessa de 2 milhões de doses de Moderna garantiria uma segunda dose de reforço a todos os chilenos.

“Mais uma vez pedimos aos retardatários… que venham se vacinar. Faça por você, faça por suas famílias, faça por suas comunidades, por seus colegas de trabalho, faça por seu país”, declarou o presidente.

Com uma população de mais de 19 milhões de pessoas, a chegada do pequeno carregamento da Moderna destaca o número geral limitado de imunizantes ocidentais que o Chile conseguiu garantir para sua população.

Além disso, ilustra uma dificuldade predominante que as nações latino-americanas possuem para obter acesso às vacinas não chinesas ou russas.

A COVID-19 matou 39.512 pessoas no Chile, segundo a Organização Mundial da Saúde.

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