Chefe do Grupo Wagner diz ter criado fábrica de trolls denunciada pelos EUA

Por Agência de Notícias
14/02/2023 15:23 Atualizado: 14/02/2023 15:23

O empresário russo Yevgeny Prigozhin, chefe do grupo mercenário Wagner, admitiu pela primeira vez nesta terça-feira que criou e financiou a fábrica de trolls de São Petersburgo que os Estados Unidos acusaram de interferir nas eleições presidenciais de 2016.

“Nunca fui apenas o financiador da  Internet Research Agency (IRA). Eu a inventei, criei, administrei por muito tempo. Foi criada para proteger o espaço de informação russo da propaganda rude e agressiva de teses anti-russas do Ocidente”, declarou Prigozhin por meio de seu serviço de imprensa.

O nome de Prigozhin foi associado no passado a uma fábrica de trolls em São Petersburgo que supostamente lançou uma campanha de mídia social em 2016 para manipular a opinião pública dos EUA antes das eleições presidenciais vencidas por Donald Trump.

O relatório do procurador especial Robert Mueller sobre supostos vínculos entre a Rússia e a equipe de campanha de Trump em 2016 nomeou três empresas russas em 2019, incluindo a IRA, acusadas de lançar “uma guerra informativa” nas mídias sociais para dividir a sociedade americana.

Em novembro do ano passado, o empresário, próximo ao Kremlin e sancionado pelo Ocidente, respondeu pela primeira vez às acusações de ingerência nas eleições dos EUA.

“Senhores, nós fizemos, continuamos fazendo e faremos no futuro”, garantiu Prigozhin, que até o início da campanha militar russa na Ucrânia atuava mais nas sombras, mas, com a intervenção, passou a aparecer e falar mais em público.

Em setembro do ano passado, Prigozhin também admitiu pela primeira vez que em 2014 criou a empresa militar privada Grupo Wagner, uma estrutura proibida por lei na Rússia e que está muito presente na campanha na Ucrânia, especialmente no leste do país.

O empresário, também conhecido como “chef” do presidente Vladimir Putin por organizar banquetes, também destacou nesta terça-feira que, no âmbito da campanha de guerra da Rússia na Ucrânia, se reuniu com “um grupo de blogueiros patriotas e lhes ofereceu toda a ajuda possível”.

“Infelizmente eles rejeitaram, mas como tenho um espaço livre ao lado do meu escritório, cedi a eles como sede” do novo exército de trolls, conhecido como “Cyberfront Z”, detalhou.

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