Chefe do Comando Sul dos EUA confirma presença militar russa na Venezuela

Comentários foram feitos durante seu discurso na Escola Superior de Guerra das Forças Armadas da Argentina

10/07/2019 16:01 Atualizado: 10/07/2019 16:01

Por Voice of America

O chefe do Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos, almirante Craig Faller, confirmou na terça-feira (9) a presença de tropas russas na Venezuela durante uma aparição perante o Comitê de Serviços Armados do Senado.

“Há militares russos e contratados do setor de defesa na Venezuela, que apoiam o regime de Maduro”, denunciou Faller.

A declaração de Faller foi feita apesar do fato de o presidente Donald Trump ter anunciado em junho passado que a Rússia garantiu a retirada da maioria de seus militares do país sul-americano.

Cabe ressaltar que Faller, durante sua aparição na terça-feira, indicou que a Rússia está executando na América Latina, “como no resto do mundo”, uma campanha de desinformação cujo objetivo é “desorientar” os cidadãos.

Além disso, o almirante alertou os senadores sobre a crescente interferência russa na América Latina e denunciou que Moscou pretende “semear discórdia e falta de confiança” entre os países da região, para “impulsionar” nações “autocráticas” como Cuba, Venezuela e Nicarágua.

Em junho, a notícia de que um avião da Força Aérea da Rússia chegou à Venezuela para prestar serviços aos militares russos que estavam no país caribenho chamou a atenção das autoridades norte-americanas.

Naquela época, o vice-ministro das Relações Exteriores russo Sergei Ryabkov, citado pela agência de notícias russa Interfax, esclareceu que a cooperação era “transparente” e que “eles não têm nenhum elemento que desestabilize a região ou qualquer outra circunstância”.

Elliot Abrams, representante especial do Departamento de Estado dos Estados Unidos para a Venezuela, criticou na época a presença russa na Venezuela.

“Um avião militar russo chegou a Caracas. Como informado pelo lado russo, ele recebeu pessoal técnico adicional para atender os sistemas de armas que foram vendidos anteriormente”, disse Abrams em uma entrevista coletiva.

Ele também reclamou com a Rússia sobre a chegada da fragata Almirante Gorshkov às costas da Venezuela, lembrando que o que o país precisa é de ajuda humanitária, não bélica.

“Neste momento, o navio-hospital Comfort está se dirigindo para a América do Sul e Caribe e atracará em vários portos para fornecer assistência médica a venezuelanos, refugiados e locais, mas a Rússia envia o almirante Gorshkov e mais técnicos militares à Venezuela”, disse Abrams em uma sessão informativa no Departamento de Estado, comparando a atitude de ambos os países com a crise no país.

Rússia, China e Venezuela representam uma ameaça

Faller fez uma turnê pela América do Sul no final de junho, o que o levou a visitar a Argentina e o Chile, cujo objetivo principal era fortalecer as alianças americanas na região em face da crescente influência de países como a Rússia e a China.

Nessa viagem, ele alertou um grupo de oficiais do exército argentino para assinalar que países como Rússia, China e Venezuela representam uma ameaça que “não compartilha” os mesmos “valores democráticos” de outras nações latino-americanas.

Os comentários foram feitos durante seu discurso na Escola Superior de Guerra das Forças Armadas da Argentina.

Colaborou: Anastasia Gubin, repórter do Epoch Times