Chefe do Comando Sul dos EUA descarta intervenção iminente mas manda recado para militares venezuelanos

Os EUA têm pressionado as forças armadas venezuelanas a darem as costas a Maduro e aceitarem como presidente legítimo o líder da oposição Juan Guaidó

02/05/2019 19:07 Atualizado: 02/05/2019 19:07

Por Epoch Times

O almirante Craig Faller, chefe do Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos (SouthCom), descartou na quarta-feira (1º) uma intervenção militar iminente na Venezuela para derrubar a ditadura de Nicolás Maduro e enviou uma mensagem aos militares venezuelanos.

O militar compareceu na quarta-feira perante o Comitê de Serviços Armados da Câmara Baixa para tratar dos desafios enfrentados pelo Exército dos Estados Unidos na América do Sul e no Caribe, audiência marcada devido aos últimos acontecimentos em Caracas.

Faller acusou Maduro de liderar “uma ditadura brutal” e a Rússia de fornecer “um bote salva-vidas através de empréstimos, apoio técnico e militar e de sua retórica”.

O almirante enviou uma mensagem diretamente para os membros das Forças Armadas e de Segurança venezuelanas: “A brutal ditadura de Maduro levou a esta crise. Cuba e Rússia invadiram seu país e desonraram sua soberania. Eles têm a oportunidade de fazer a coisa certa e aliviar o sofrimento de seu povo e de suas famílias, a quem juraram proteger. Quando a democracia for restaurada, esperamos que eles retornem ao serviço.”

Faller disse que “o alto comando (militar dos Estados Unidos) deixou claro que essa tem que — ou deveria — ser primariamente uma transição democrática”.

“Apoiamos plenamente o processo diplomático”, disse o almirante, em resposta a uma pergunta do presidente do comitê, o democrata Adam Smith, sobre se ele considerava que os militares americanos desempenharam um papel na derrubada de Maduro.

Faller disse que os esforços do Pentágono estão focados em colaborar em termos de intenções e inteligência com os aliados dos Estados Unidos na região, e que Washington já está analisando como será “o dia seguinte” no caso de uma hipotética saída de Maduro.

“Uma transição democrática está em andamento”, disse o almirante.

Os Estados Unidos têm pressionado as forças armadas venezuelanas a darem as costas a Maduro e aceitarem como presidente legítimo o líder da oposição Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de cinquenta países.

Na terça-feira (30), Guaidó liderou uma rebelião militar que permitiu a libertação do também oposicionista Leopoldo López, que desde meados de 2017 estava em prisão domiciliar, e que levou a protestos no país caribenho.

Com informações da Agência EFE