O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), sigla que comanda o regime da Venezuela, disse nesta segunda-feira que é a favor da realização das eleições presidenciais deste ano “o mais rápido possível”, dentro do prazo necessário para que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) as organize.
Durante uma reunião convocada pelo Parlamento – que é controlado pelos chavistas – para elaborar uma proposta de calendário eleitoral, Francisco Ameliach, ex-governador de Carabobo, fez a proposta em nome do partido, do qual é membro do conselho.
“O PSUV propõe que, dados os eventos geopolíticos e a situação nacional (…), concordamos que as eleições devem ser realizadas na Venezuela o mais rápido possível, de acordo com os prazos e as capacidades técnicas do CNE”, declarou.
Ameliach, que não definiu uma data específica, afirmou depois que outros políticos, alguns deles pré-candidatos à presidência, também apresentaram propostas para esse plano a ser levado ao CNE.
Os partidos de oposição Primeiro Venezuela (PV) e Ação Democrática (AD), dissidentes do principal grupo antichavista, propuseram a realização dessas eleições com o primeiro turno no dia 5 de julho e o segundo em 28 de julho.
Os pré-candidatos presidenciais Javier Bertucci e Antonio Ecarri pediram observação internacional, incluindo uma missão da União Europeia.
O processo de consulta aberto pelo Parlamento é questionado pela maioria da oposição, agrupada na Plataforma Democrática Unida (PUD), que acredita que o governo planeja eleições antidemocráticas.
A PUD, que não participa dessas reuniões, denunciou a violação de acordos por parte do governo, depois que o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) ratificou que a candidata presidencial do bloco antichavista, María Corina Machado, não poderá concorrer em nenhuma eleição até o ano de 2036.