Chanceleres de Venezuela e Guiana se reúnem em Brasília para discutir Essequibo

Por Agência de Notícias
25/01/2024 22:23 Atualizado: 25/01/2024 22:23

Os chanceleres da Venezuela e da Guiana, Yván Gil e Hugh Todd, iniciaram nesta quinta-feira uma reunião em Brasília para dar continuidade ao diálogo entre os dois países e diminuir as tensões desencadeadas pela disputa do controle da região de Essequibo, que Caracas quer anexar ao seu território.

A reunião é a primeira de alto nível entre as delegações dos dois países desde a audiência realizada pelo ditador venezuelano, Nicolás Maduro, e o presidente guianense, Irfaan Ali, no dia 14 de dezembro, em São Vicente e Granadinas.

O encontro acontece no Palácio do Itamaraty e é mediado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e por representantes dos governos de São Vicente e Granadinas e de Dominica.

O chefe da diplomacia venezuelana disse na quarta-feira, ao chegar a Brasília, que participará da reunião com boa fé e espera que a delegação da Guiana chegue com o mesmo espírito.

Da mesma forma, frisou que as conversas se basearão em acordos que contemplem afastar a possibilidade de vincular potências militares estrangeiras e canalizar todos os litígios no âmbito do direito internacional.

A polêmica sobre Essequibo, área de 160 mil quilômetros quadrados administrada pela Guiana, rica em petróleo e minerais, foi reavivada no final de dezembro com a chegada à região de um navio de guerra do Reino Unido, que controlava aquele país na época colonial, em uma aparente demonstração de apoio ao governo de Irfaan Ali.

Georgetown disse então que a presença do navio britânico não representava uma ameaça para ninguém e que estava comprometido a manter relações pacíficas com a Venezuela.

A resposta de Maduro foi a mobilização de 5.682 soldados, 28 aeronaves e 16 barcos, para uma série de exercícios militares.

Sobre este episódio, o Brasil, que já havia alertado que não quer guerras na América do Sul, manifestou sua preocupação com as demonstrações militares, e advertiu que essas ações são contrárias aos compromissos assumidos em São Vicente e no Granadinas.

Enquanto isso, o regime Maduro está imerso em uma campanha para tornar tangível a anexação da região de Essequibo ao mapa venezuelano.

Nesse sentido, já realizou um referendo em 3 de dezembro e lançou um plano de ação para a área, que inclui a concessão de licenças para exploração de petróleo e destacamentos militares.

Já a Guiana tem sido inflexível às exigências de Caracas e se mostra confiante na resolução da disputa através da Corte Internacional de Justiça (CIJ), que recentemente se declarou competente para decidir sobre o assunto.