Os ministros das Relações Exteriores dos países que formam o G20 fracassaram nesta quinta-feira na tentativa de chegar a um acordo conjunto em Nova Délhi, na Índia, devido posições divergentes sobre a guerra na Ucrânia entre o Ocidente e aliados da Rússia.
O encontro de hoje repetiu o mesmo padrão que frustrou a reunião de ministros das Finanças do G20 há uma semana, com Rússia e China criticando os mesmos pontos-chave e que cada vez mais dificultando um acordo conjunto.
“Foi feito um sumário, porque houve diferenças no assunto Ucrânia, o que não conseguimos conciliar entre as partes com diferentes posições”, disse o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, em entrevista coletiva para explicar os motivos que impediram o acordo.
As divergências foram “somente” em dois parágrafos do texto final, afirmou o chanceler indiano, que insistiu que em todos os demais pontos os ministros tiveram posições similares, por isso, ele não entende a questão como um fracasso da reunião.
“Há quase 95% em termos de acordo de cláusulas e é apenas em duas cláusulas onde não pudemos colocar todos na mesma página”, disse Jaishankar, que vê o resultado como uma “prova do compromisso do G20 diante dos desafios do mundo”.
Pontos de divergência
Em lugar do acordo, a presidência do G20, que está a cargo da Índia, apresentou um sumário que se limita a resumir os pontos discutidos na reunião e as divergências.
O resumo mostra que os pontos que condenam a invasão da Ucrânia e a prerrogativa de fazer valer “o direito internacional e o sistema multilateral que salvaguarda a paz e a estabilidade” foram rechaçados de novo por Rússia e China.
“A maioria dos membros condenam energicamente a guerra na Ucrânia e destacaram que está provocando um imenso sofrimento humano e exacerbando as fragilidades existentes na economia mundial, restringindo o crescimento, aumentando a inflação, interrompendo as cadeias de fornecimento, aumentando a insegurança energética e alimentar, e elevando os riscos para a estabilidade financeira”, indica o documento.
No entanto, “houveram outros pontos de vista e diferentes avaliações da situação e sanções” que impediram chegar a uma resposta unânime a este ponto, após os votos contrários de Rússia e China.
As duas nações mantiveram a posição apresentada na cúpula de Bali, em novembro do ano passado, em que não foi alcançado consenso, justamente, por discordância nesses pontos.
Então, a Indonésia, que presidia o encontro, emitiu uma declaração sumária com os encontros e desencontros do grupo.
Na semana passada, em Bangalore, também na Índia, os ministros das Finanças do G20, no aniversário de um ano do conflito, fracassaram na tentativa de acordo pela negativa de Pequim e Moscou em condenar a guerra.
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