Chanceler da Argentina pede que Mercosul se torne um “mercado voraz”

Por Agência de Notícias e Marcos Schotgues
08/07/2024 16:14 Atualizado: 08/07/2024 19:28

A ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, pediu na segunda-feira (8) que o Mercosul se transforme em um “mercado voraz, com esteroides”, capaz de demonstrar que pode ser um bloco aberto para negociar alianças comerciais com o mundo.

Mondino falou em nome do presidente argentino, Javier Milei, na cúpula. Milei não compareceu ao encontro em Assunção, no Paraguai, após participar de evento conservador e se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro no Brasil, no final de semana.

A chanceler também pediu ao bloco regional que implemente mecanismos de diálogo mais ágeis e inovadores que lhes permitam chegar a acordos, e que o bloco seja uma ponte para o acesso ao comércio exterior.

“Temos que mostrar que estamos abertos a negociações”, enfatizou, ressaltando que há vários países que se aproximaram do Mercosul, mas acordos não foram assinados.

Ela pediu uma mudança no sistema de negociação, “para torná-lo mais rápido” ou buscar “novos caminhos”.

“Deixemos de ser um Mercosul pequeno, temeroso, protegido, estagnado, e comecemos a trabalhar em um roteiro que nos permita combater a pobreza gerando riqueza”, concluiu.

A chefe da diplomacia argentina criticou o “excesso de regulamentações” dentro do bloco que afetam o comércio com o resto do mundo, razão pela qual considerou que, em “termos técnicos”, elas deixaram de criar comércio “para desviar o comércio”.

Ela rejeitou a existência de um “Mercosul que se fechou em si mesmo”, no qual, se não houver fluxos comerciais entre seus países, será difícil tê-los com o resto do mundo.

“Com o tempo, o Mercosul deixou de ser uma válvula de escape para nossas próprias instabilidades e se tornou um espartilho”, disse.

Mondino também pediu “o fim das tarifas e barreiras tarifárias”, seja eliminando-as ou modificando-as dentro do Mercosul, a fim de facilitar e tornar mais flexível o comércio dentro do bloco.

A chanceler defendeu um “uso racional e prudente dos recursos dos Estados-membros” e solicitou a realização de exames e auditorias para controlar o uso e os gastos do dinheiro do Mercosul.

A cúpula contou com a presença dos presidentes de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; Bolívia, Luis Arce; Paraguai, Santiago Peña; Uruguai, Luis Lacalle Pou; e Panamá, José Raúl Mulino, que participa como convidado especial.

Com informações de Agência EFE