O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o mandatário da China, Xi Jinping, na Cúpula de Líderes do G20 no Rio de Janeiro, e também tentará conversar com a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, já que decidiu não viajar para o México.
De acordo com fontes do governo alemão, Scholz, que viaja para o G20 logo após o rompimento da coalizão do governo que ele lidera e três meses antes da realização de eleições gerais antecipadas na Alemanha, decidiu não visitar o México depois do Rio de Janeiro por causa dessa complicada situação interna.
“O México é um dos grandes membros do G20 com quem temos a sensação de que estamos realmente caminhando na mesma direção em muitos aspectos. É por isso que o chanceler certamente buscará o diálogo com o presidente Sheinbaum”, disseram as fontes.
Apesar da situação difícil de Scholz, o governo alemão acredita que ele não está viajando para o G20 “enfraquecido” porque “a Alemanha sempre foi e sempre será um membro importante” do clube das principais economias industrializadas e emergentes.
O chanceler alemão também visitará o Rio de Janeiro com a intenção de avaliar se pode dar um impulso à assinatura do acordo de livre-comércio da União Europeia (UE) com o Mercosul, que está pendente há mais de 20 anos.
Tanto ele quanto o presidente brasileiro, com quem Scholz se reunirá na próxima terça-feira, estão empenhados em não deixar esse acordo morrer.
Lula e Scholz já se reuniram em Berlim e em Brasília em 2023 e, em ambos os casos, a importância de levar o acordo a uma conclusão bem-sucedida esteve no centro de suas declarações.
A Alemanha continua a se esforçar para concluir o acordo de livre-comércio com o Mercosul e está ciente de que agora há uma “nova resistência” na França e também na Argentina, de acordo com fontes alemãs.
Berlim enfatiza que o acordo tem “grandes vantagens para a Alemanha, especialmente na competição com a China” e, portanto, espera “sinceramente que também seja possível captar sinais no Rio e talvez manter conversas que superem a resistência”, acrescentaram.
No que diz respeito à agenda da cúpula, a Alemanha foi o primeiro país a aderir à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza do Brasil, uma questão que é muito importante para Lula e que fará parte de uma das sessões.
Na terça-feira, Scholz também se reunirá com o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, e com o presidente chinês, Xi Jinping.
Com este último, o qual encontrou em abril na China, o chanceler alemão pretende discutir relações bilaterais e questões econômicas, especialmente a igualdade de condições nas relações comerciais, de acordo com fontes, mas também a guerra da Rússia na Ucrânia e o conflito no Oriente Médio.
Quanto à Ucrânia, Scholz quer discutir com Xi a presença de militares norte-coreanos em território russo, onde lutam ao lado das forças do Kremlin em uma tentativa de expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk.