Centenas de pessoas continuam presas pelas inundações causadas pelo colapso da barragem de Nova Kakhovka em Oleshky, uma cidade controlada pela Rússia na província de Kherson, e em municípios vizinhos, segundo informaram nesta quinta-feira autoridades ucranianas.
O prefeito ucraniano de Oleshky, afastado de seu cargo pela invasão russa, Yevguen Ryshchuk, disse a uma emissora de rádio local que 90% da superfície da cidade continua inundada.
Cerca de 300 pessoas foram resgatadas na cidade, incluindo 120 que estão recebendo tratamento para hipotermia e, segundo representantes ucranianos, há pelo menos três mortos, embora esse número ainda deva aumentar.
As autoridades impostas pelas forças russas “abandonaram a população à sua sorte”, disse Ryshchuk, acrescentando que a maior parte das operações de resgate foi realizada pelos próprios habitantes da cidade que vieram em auxílio de seus vizinhos.
Embora em Oleshky existam voluntários dedicados a esta tarefa, a situação pode ser muito mais difícil nas cidades vizinhas que eles não conseguem acessar, alertou o prefeito.
Além disso, o fato de as forças russas terem apreendido vários barcos de residentes locais nos últimos meses torna o resgate mais difícil, de acordo com o prefeito e vários membros do grupo de Telegram “Evacuação de Oleshky”.
Este canal, ao qual já aderiram mais de 8.000 membros, continua inundado de mensagens com pedidos de ajuda.
Na maioria deles, os usuários publicam os endereços das casas alagadas de parentes que aguardam socorro há três dias em seus apartamentos ou em sótãos e telhados. Até agora, foram contabilizados quase 1.400 endereços em Oleshky e arredores.
A comunicação com os sobreviventes é complicada, mas, segundo algumas mensagens do canal, alguns foram resgatados e, de acordo com os voluntários que o criaram, até a manhã desta quinta-feira já haviam sido visitados 170 dos endereços indicados.
“Meus pais foram salvos por acaso. Eles esperaram o dia todo para serem resgatados. Um homem passou em um barco e os viu”, relatou à EFE Anna, integrante do grupo.
“As casas da minha família começaram a desabar depois que eles foram resgatados, depois de esperar por mais de 24 horas. Não tenho ideia de quem os ajudou, só sei que estão vivos”, disse, por sua vez, a integrante identificada como Lesya.
Alguns dos resgatados foram transportados ontem pelas forças russas para a cidade ocupada de Genichesk, declarou à EFE Anna, outra integrante do canal, cuja avó de 76 anos foi salva com seu gato depois de esperar um dia no último andar do seu bloco de apartamentos.
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