CARACAS—Centenas de motoristas protestaram em Caracas nesta segunda-feira (29), depois que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão responsável por supervisionar as eleições dopais proclamou Nicolás Maduro como o presidente reeleito da Venezuela, após votação no domingo (28).
Segundo a agência EFE, centenas de motociclistas percorreram uma das principais avenidas da capital venezuelana, em direção ao oeste da cidade, onde estão localizadas as sedes do poder público, incluindo o palácio presidencial de Miraflores.
Algumas horas antes, o órgão eleitoral proclamou oficialmente Maduro presidente, depois de anunciar na noite de domingo que o chavista, no poder desde 2013, venceu as eleições com 51,2% dos votos – o mesmo resultado informado quando 80% das cédulas de votação haviam sido contadas e com mais de dois milhões de votos ainda a serem contabilizados – um resultado rejeitado pela maioria da oposição e por grande parte da comunidade internacional.
Enquanto isso, Edmundo González Urrutia, o candidato da oposição majoritária, obteve 44,2% dos votos, de acordo com o primeiro e único relatório público do CNE, que não especificou para quais candidatos foram os 2.394.268 votos não declarados.
Vários dos manifestantes arrancaram cartazes da campanha de Maduro e os arrastaram pelo chão, amarrados a motocicletas, com os motociclistas batendo panelas e frigideiras em sinal de protesto.
Depois do primeiro grupo de motoristas, continuaram a passar pelas avenidas outros condutores e centenas de cidadãos, alguns carregando a bandeira venezuelana e a maioria procedente de Petare, a maior favela do país, tradicionalmente chavista.
Os cidadãos entoaram frases como “Se vê, se sente, Edmundo presidente”, “Vai cair, vai cair, este governo vai cair” e “Maduro não te queremos”, entre outras.
A líder oposicionista María Corina Machado disse nesta segunda-feira (29) que o “novo presidente eleito” da Venezuela é González Urrutia, apesar dos resultados anunciados pelo órgão eleitoral, que insistiu que Maduro obteve a maioria dos votos válidos nas eleições presidenciais, “resultando eleito por um período de mais seis anos”, até 2031.
ONGs, partidos da oposição, cidadãos e a imprensa local relatam múltiplos protestos em outras áreas de Caracas e regiões do país.
Por Agência EFE