Por Tian Yuan, Epoch Times
A maioria dos nossos dispositivos eletrônicos (e seus componentes) são fabricados no exterior. Dizem-nos que a fabricação norte-americana é muito cara e não pode competir com países de baixo custo. Nos é dito, na era da globalização, que o slogan do presidente Trump “compre norte-americano, contrate norte-americano” não está apenas incrivelmente desatualizado, como também é ingênuo e perigoso.
Sob a bandeira do livre comércio, milhões de vagas de empregos nas fábricas dos Estados Unidos foram transferidas para a China. Antes que nos déssemos conta, toda a cadeia de fornecedores de dispositivos eletrônicos mudou-se para a China e seus países vizinhos. Hoje em dia é impossível fazer um aparelho de televisão nos Estados Unidos sem usar peças importadas.
As empresas norte-americanas ganham muito dinheiro. Nós desfrutamos de eletrônicos baratos. Os chineses gostam de vender, nós gostamos de comprar. O livre mercado funciona. Tudo está bem, certo?
Na verdade, não. O que acontece se o fornecimento de dispositivos eletrônicos for interrompido por muito tempo devido a um desastre natural ou a uma guerra? Por exemplo, o mercado de telas LCD é dominado inteiramente por fabricantes na Coreia do Sul, China, Taiwan e Japão. As telas de LCD não são apenas para TVs e outros dispositivos. Elas são usadas em todos os lugares, desde brinquedos infantis até os caças F35 da Força Aérea.
A educação de uma criança provavelmente não será afetada pela falta de telas de LCD (há evidências em contrário), mas um avião de combate pode acabar no chão por essa mesma razão. Devemos deixar algo de tamanha importância estratégica inteiramente nas mãos de outra pessoa?
Pior ainda, o que acontece se indivíduos hostis instalam spyware nesses produtos? O exército dos Estados Unidos comprou milhares de câmeras de vigilância fabricadas na China e instalou-as em bases militares em todo o país. Podemos ter certeza de que somos os únicos observando?
Computadores com spyware fabricados na China podem ser uma realidade já a algum tempo, de acordo com a BusinessWeek da Bloomberg. Em uma marca norte-americana de placas-mãe fabricadas na China, foi encontrado um chip malicioso que não fazia parte do design original. Pesquisadores norte-americanos disseram que o chip foi inserido durante o processo de fabricação, possivelmente pelo Exército Popular de Libertação da China.
A matéria da BusinessWeek conta que servidores contendo o chip foram encontrados em centros de dados do Departamento de Defesa, em operações com drones da CIA e nas redes a bordo de navios de guerra da Marinha dos Estados Unidos. Trinta empresas, incluindo um grande banco, empresas do governo, Amazon e Apple foram afetadas também. (Amazon e Apple negaram ter sido impactadas).
As informações pessoais dos consumidores não eram o objetivo; roubar segredos corporativos e do governo dos Estados Unidos parecia ser, de acordo com um membro do governo norte-americano. No entanto, não está claro qual teria sido a informação que a China teria obtido através do chip.
Nas últimas três décadas, tentaram nos convencer de que a globalização foi uma bênção para a economia norte-americana e que devemos ser gratos. É uma mentira. Nós perdemos milhões de postos de trabalho nas indústrias. Fábricas fecharam. Linhas de montagem pararam. Fornos ficaram vazios. A classe média trabalhadora foi dizimada.
O que nos resta? Dispositivos eletrônicos baratos e uma crise de opiáceos. Além disso, terceirizamos nossas informações e segurança nacional para nossos inimigos. Pensar que todos os parceiros de negócios com quem trabalhamos são bons e sinceros é ingênuo no mínimo, e simples e estúpido no pior dos casos. Ainda assim, é o que temos feito desde os anos 80!
Felizmente a maré está mudando. Com Trump na Casa Branca, as feridas auto-infligidas dos Estados Unidos em nome do livre comércio têm uma chance de cicatrizar. O dia em que a China irá pagar a conta pode estar se aproximando. Alguns anos depois de o presidente Reagan deixar o cargo, o império do mal da União Soviética entrou em colapso como um castelo de cartas. Pode ser muito otimista dizer que a China seguirá o mesmo caminho. Mas isso não é impossível.
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