Um memorando bombástico do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos divulgado em 2 de fevereiro mostra que altos funcionários da gestão Obama abusaram dos poderes de vigilância para espionar a equipe de Trump.
O documento mostra como a alta liderança no Departamento Federal de Investigação (FBI) e no Departamento de Justiça (DOJ, na sigla em inglês) requisitou um mandado para espionar um associado de Trump usando um dossiê que eles sabiam ter sido compilado por uma fonte tendenciosa e que continha alegações não verificadas.
De acordo com trechos iniciais do documento obtido pelo Washington Examiner, o dossiê anti-Trump não verificado e pago por Hillary Clinton foi parte essencial da solicitação inicial para vigiar Carter Page. O dossiê foi utilizado novamente para mais três pedidos de renovação.
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O memorando revela que o vice-diretor do FBI, Andrew McCabe, confirmou que o FBI não requisitaria uma autorização de vigilância sem a informação no dossiê da oposição. Pior ainda, o memorando descobriu que altos funcionários do FBI e do DOJ conheciam as origens políticas do dossiê, mas não incluíram esta informação nos pedidos de mandado ao tribunal da Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira (FISA).
Finalmente, o relatório do Comitê de Inteligência da Câmara mostra que o ex-vice-procurador-geral associado do DOJ, Bruce Ohr, conheceu o autor do dossiê, o ex-espião britânico Christopher Steele, no verão de 2016 e informou à liderança do DOJ que Steele era tendencioso contra Trump. Steele disse a Ohr que ele estava apaixonado pela possibilidade de Trump não ser eleito presidente.
Reagindo ao conteúdo do memorando, o presidente norte-americano Donald Trump disse a repórteres no escritório oval da Casa Branca na sexta-feira que: “Eu acho que isso é terrível, isso é uma desgraça, o que está acontecendo neste país, isso é uma desgraça.”
“Muitas pessoas devem ter vergonha”, disse ele.
McCabe demitiu-se na segunda-feira antes de o Comitê de Inteligência votar em disponibilizar ao público o memorando. Trump teve cinco dias para tornar a declassificação oficial e assinou a ordem pouco antes do meio-dia de hoje.
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