Casa Branca observa Google em meio a relatos de interferência eleitoral, diz Trump

08/08/2019 22:52 Atualizado: 09/08/2019 11:12

Por Bowen Xiao

A Casa Branca está observando o Google de perto após relatos de que a empresa esteja trabalhando com os militares do Partido Comunista Chinês e supostamente interferindo nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, tanto em 2016 quanto nas próximas eleições de 2020.

O presidente Donald Trump fez o alerta em uma série de posts no Twitter em 6 de agosto, quando falou sobre uma reunião recente com o CEO do Google, Sundar Pichai. Ele disse que Pichai estava trabalhando “muito duro” para mostrar que eles gostavam dele e disse que ele elogiou o “ótimo trabalho” que o governo está fazendo.

Trump disse que Pichai negou que o Google estivesse envolvido com as forças armadas da China e negou ter ajudado a candidata à presidência Hillary Clinton nas eleições de 2016. Ele disse que Pichai assegurou que eles “não” planejam subverter as eleições de 2020, “apesar do oposto ter sido dito”.

“Tudo soou bem até que eu vi Kevin Cernekee, um engenheiro do Google, dizer coisas terríveis sobre o que eles fizeram em 2016 e que eles querem “garantir que Trump perca em 2020”, continuou Trump.

“Lou Dobbs afirmou que isso é uma fraude para o público americano. Peter Schweizer afirmou com certeza que eles suprimiram histórias negativas sobre Hillary Clinton, e impulsionaram histórias negativas sobre Donald Trump.

“Tudo muito ilegal”, acrescentou Trump. “Estamos observando o Google de perto!”

Um porta-voz do Google rejeitou as alegações de Cernekee em um e-mail de 6 de agosto para o Epoch Times.

“As declarações feitas por este ex-funcionário descontente são absolutamente falsas”, escreveu o porta-voz. “Fazemos grandes esforços para criar nossos produtos e aplicar nossas políticas de maneiras que não levam em conta tendências políticas. Distorcer os resultados para fins políticos prejudicaria nossos negócios e seria contrário à nossa missão de fornecer conteúdo útil a todos os nossos usuários. ”

Interferência eleitoral

Um funcionário atual do Google foi pego em uma câmera escondida em junho pelo Projeto Veritas dizendo que o objetivo da empresa, em alguns de seus esforços, era impedir que Trump ou qualquer pessoa como ele fosse eleita novamente.

Robert Epstein, psicólogo sênior de pesquisa do Instituto Americano de Pesquisa e Tecnologia Comportamental, disse ao Epoch Times no ano passado que um projeto de monitoramento secreto realizado em 2016 mostrou que o Google escondeu resultados negativos de autopreenchimento para Clinton, meses antes da eleição.

“Uma coisa é mostrar o poder que os resultados da pesquisa têm, mas, no projeto, mostramos que os resultados de pesquisa do Google realmente favoreciam um candidato”, disse ele.

A pesquisa revisada por pares de Epstein descobriu que os algoritmos do Google podem facilmente transferir 20% ou mais dos votos entre os eleitores, chegando a 80% em alguns grupos demográficos. Ele também descobriu que as sugestões de busca do Google podem transformar uma divisão de 50% entre os eleitores indecisos em uma divisão de 90-10.

Exército chinês

Em março, o principal general dos Estados Unidos declarou que os militares da China estão se beneficiando do trabalho que o Google está fazendo no país comunista.

“O trabalho que o Google está fazendo na China está indiretamente beneficiando os militares chineses”, disse o general da Marinha Joseph Dunford, presidente do Joint Chiefs of Staff, durante uma audiência do Comitê de Serviços Armados do Senado.

“Observamos com grande preocupação quando os parceiros da indústria trabalham na China, sabendo que existe esse benefício indireto”, disse ele. “Francamente, ‘indireto’ pode não ser uma caracterização completa do que realmente é, é mais um benefício direto para os militares chineses.”

James Andrew Lewis, vice-presidente sênior e diretor do Programa de Políticas Tecnológicas do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, disse ao Epoch Times em um e-mail de 6 de agosto: “Todas as empresas precisam repensar as relações de pesquisa com a China, dada a crescente hostilidade de Pequim”.

“No momento, o que o Google está fazendo na China não é ilegal”, disse Lewis. “Isso pode mudar à medida que a administração aperta os controles de exportação”.

O Google disse em 2018 que não pretende mais adquirir um contrato de computação em nuvem de US$ 10 bilhões com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos. O Google disse que parte da razão pela qual parou de concorrer ao contrato foi por causa de novas diretrizes éticas que, segundo a Reuters, não estão alinhadas com o projeto.

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