Casa Branca chama atenção sobre tráfico humano e sexual

30/12/2017 07:21 Atualizado: 30/12/2017 07:21

Cerca de 25 milhões de pessoas atualmente são vítimas do tráfico humano, tanto para sexo como para trabalho, de acordo com a Casa Branca.

“Os traficantes de seres humanos exploram suas vítimas, prometendo uma vida de esperança e maior oportunidade enquanto submetem-nas apenas à escravidão”, disse o presidente estadunidense Donald Trump em 29 de dezembro, enquanto proclamava janeiro como o “Mês Nacional da Prevenção da Escravidão e do Tráfico de Seres Humanos”.

Ele chamou o tráfico de seres humanos de um “crime doentio em desacordo com a nossa própria humanidade”.

“Em vez de guiar as pessoas para vidas melhores, os traficantes injustificadamente lucram com o trabalho e a labuta de suas vítimas, que eles forçam, por meio da violência e da intimidação, a trabalhar em prostíbulos e fábricas, em lavouras e embarcações de pesca, em casas particulares e em inúmeras indústrias”, disse Trump.

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Em fevereiro passado, Trump assinou uma ordem executiva instando as forças de aplicação da lei a usarem todos os recursos para desmantelar e processar quaisquer organizações criminosas transnacionais, cartéis e outros grupos envolvidos no tráfico.

“Esses grupos são promotores do crime, corrupção, violência e miséria”, disse Trump.

Sua administração tomou outras medidas para prevenir o tráfico de mão-de-obra e sexual, incluindo a formação de uma força-tarefa interagências para monitorar e combater o tráfico humano. A força-tarefa trabalha em estreita colaboração com outras nações, empresas, organizações da sociedade civil e sobreviventes do tráfico humano.

EUA, Trump, tráfico humano, tráfico sexual - Um menino muçulmano da minoria uigur observa de dentro de uma viatura policial na província de Songkhla, na Tailândia, em 15 de março de 2014. As autoridades da Tailândia suspeitaram que ele fazia parte de um grupo de 200 pessoas recém-resgatadas de um campo de tráfico humano (Sumeth Panpetch/AP)
Um menino muçulmano da minoria uigur observa de dentro de uma viatura policial na província de Songkhla, na Tailândia, em 15 de março de 2014. As autoridades da Tailândia suspeitaram que ele fazia parte de um grupo de 200 pessoas recém-resgatadas de um campo de tráfico humano (Sumeth Panpetch/AP)

Este ano, o Departamento de Trabalho lançou um aplicativo móvel que apoia os esforços do setor privado para erradicar o trabalho forçado nas cadeias de suprimentos globais.

E, em setembro, o Departamento de Estado doou US$ 25 milhões ao Fundo Global para Acabar com a Escravidão Moderna.

O website do fundo diz que, dentre todas as formas de escravidão, um total de cerca de 40,3 milhões de pessoas em todo o mundo são vítimas, e que a escravidão moderna gera US$ 150 bilhões em lucros criminais a cada ano.

Os lucros do tráfico de seres humanos ficam atrás apenas do tráfico de drogas como a forma mais lucrativa de crime transnacional, de acordo com o Departamento de Segurança Interna (DHS).

“O tráfico de seres humanos é um crime encoberto, uma vez que as vítimas raramente se apresentam para procurar ajuda por causa de barreiras linguísticas, medo dos traficantes e/ou medo das forças de aplicação da lei”, afirma o website do DHS.

“Os traficantes usam da força, fraude ou coerção para atrair suas vítimas e forçá-las a exploração comercial sexual ou do trabalho. Eles procuram pessoas que são suscetíveis por uma variedade de razões, incluindo vulnerabilidade psicológica ou emocional, dificuldades econômicas, falta de uma rede de segurança social, desastres naturais ou instabilidade política. O trauma causado pelos traficantes pode ser tão grande que muitos podem não se identificar como vítimas ou pedir ajuda, mesmo em ambientes altamente públicos.”

EUA, Trump, tráfico humano, tráfico sexual - O presidente estadunidense Donald Trump fala durante uma sessão sobre tráfico humano nacional e internacional no Salão Roosevelt da Casa Branca, em Washington, D.C., em 23 de fevereiro de 2017 (Oliver Douliery/Getty Images)
O presidente estadunidense Donald Trump fala durante uma sessão sobre tráfico humano nacional e internacional no Salão Roosevelt da Casa Branca, em Washington, D.C., em 23 de fevereiro de 2017 (Oliver Douliery/Getty Images)

Em janeiro, Trump assinará em lei dois atos que passaram quase unanimemente no Congresso na semana anterior ao Natal – o S.1536, ou Lei de Combate ao Tráfico Humano em Veículos Comerciais, e o S.1532, ou Lei do Fim do Tráfico Humano em Nossas Estradas.

“Essas leis combaterão aqueles que cometem ofensas de tráfico operando a partir de veículos comerciais, aprimorará a coordenação contra o tráfico humano nas agências federais e em todos os governos estaduais e locais e melhorará os esforços para reconhecer, prevenir e denunciar o tráfico de seres humanos”, afirmou Trump na proclamação.

Trump também disse que era fundamental para os americanos aprenderem a identificar e ajudar a combater a escravização.

“Isto é especialmente importante para aqueles que são mais propensos a encontrarem os perpetradores da escravidão e suas vítimas, incluindo prestadores de cuidados de saúde, educadores, funcionários responsáveis ​​pela aplicação da lei e profissionais de serviços sociais”, disse ele.

Ele disse que os americanos podem aprender a reconhecer os sinais do tráfico humano e como denunciar casos suspeitos por meio da Campanha Azul do DHS.

A campanha descreve indicadores-chave do tráfico de seres humanos e esclarece os mitos comuns e os equívocos.

“Ao tomar medidas para se familiarizar com os sinais reveladores dos traficantes ou os sinais de suas vítimas, os americanos podem salvar vidas inocentes”, disse Trump.

Ajude e obtenha ajuda

Para denunciar o tráfico de pessoas suspeitas, ligue para: 1-866-347-2423

Para obter ajuda da Linha Nacional [dos EUA] do Tráfico Humano,
ligue: 1-888-373-7888
ou envie mensagem escrevendo HELP ou INFO para BeFree (233733)

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