Cardeal expõe ao Papa Francisco realidade da Igreja na Nicarágua

Por renato pernambucano e efe
04/11/2022 11:26 Atualizado: 04/11/2022 11:26

O cardeal nicaraguense Leopoldo José Brenes Solórzano, se encontrou nesta quinta-feira (03) com o Papa Francisco, a quem explicou a realidade da Igreja Católica na Nicarágua, cujos bispos foram tachados de golpistas e terroristas pelo ditador do país, o sandinista Daniel Ortega.

A Arquidiocese de Manágua, liderada pelo cardeal Brenes, disse em comunicado que o hierarca foi recebido pelo pontífice em audiência privada, como parte de sua visita à Cidade do Vaticano.

“Nessa reunião, o cardeal lhe expressou o carinho e as orações do povo nicaraguense, assim como a realidade da Igreja no país”, disse a Arquidiocese de Manágua, sem oferecer mais detalhes.

Segundo essa arquidiocese, Francisco enviou sua bênção e proximidade à Nicarágua.

Brenes está na Cidade do Vaticano desde sábado passado com o vigário judicial da Arquidiocese de Manágua, Julio Arana, segundo um comunicado público.

O cardeal Brenes também participou de encontros com os bispos que compõem o Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) e os da Conferência Episcopal da Itália.

A visita do cardeal nicaraguense e a audiência privada com o pontífice acontecem em meio a um ano particularmente conturbado para a Igreja Católica da Nicarágua com o regime de Ortega.

Declarações de Ortega

Durante um discurso em setembro, o ditador nicaraguense Daniel Ortega acusou a Igreja Católica de estar planejando um golpe contra a sua ditadura.

“Uma instituição como a igreja católica utilizando seu poder aqui na Nicarágua para dar um golpe de estado… E uma ditadura, a ditadura perfeita…” declarou Ortega, afirmando também que a Igreja não seria democrática, acusando o Papa Francisco de estar usando seus bispos na Nicarágua para realizar esse golpe.

Nos últimos meses a ditadura de Ortega tem acentuado sua repressão contra a Igreja Católica, além da prisão de Padres e Bispos, ele tornou ilegal a Associação Missionária da Caridade, forçando as irmãs missionárias da organização a abandonar o país.

 

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