Por James Simpson
As caravanas de migrantes que invadem as fronteiras dos Estados Unidos não são espontâneas. Elas são altamente organizadas e assistidas por várias agências das Nações Unidas e numerosos grupos ativistas que defendem imigrantes ilegais. Na recente avalanche de pessoas que tentaram atravessar a fronteira, os migrantes colocaram mulheres e crianças na frente para servir de escudos humanos enquanto apedrejavam a Patrulha da Fronteira.
Duas organizações sediadas em Chicago, a Pueblo Sin Fronteras, um projeto da La Familia Latina Unida, e a Rede de Serviços Comunitários Centro Sin Fronteras, estiveram altamente envolvidas na organização da caravana. Segundo relatos, há pelo menos 100 trabalhadores da Pueblo Sin Fronteras integrados na caravana.
Emma Lozano, fundadora tanto do Centro como do Pueblo Sin Fronteras, é uma ativista esquerdista e pastora da Igreja Metodista Unida Lincoln em Chicago. Ela luta contra a deportação de imigrantes ilegais e quer que Illinois se torne “uma Zona Livre para os Imigrantes”. Ela disse: “Precisamos mudar os Estados Unidos, todos somos Estados Unidos”.
Lozano recebeu ajuda da fundadora da La Familia Latina Unida, Elvira Arellano, uma imigrante ilegal que defende outros imigrantes ilegais. Ela foi deportada em 1997 mas retornou rapidamente. Ela foi presa novamente em 2002 por usar um falso número de previdência social. Ela enfrentou uma possível deportação, mas conseguiu evitá-la graças à intervenção pessoal do Representante de Chicago, Luis Gutiérrez, e à pressão da comunidade.
Lozano e Arellano trabalham com outro grupo de ativistas imigrantes, a Liga dos Cidadãos Latino-Americanos Unidos (LULAC, de acordo com a sigla em inglês). Eles também receberam ajuda do Projeto de Detenção da Família CARA, que presta assistência legal gratuita a ilegais, e a Assembleia Popular de Famílias Migrantes, um grupo com sede no México que organiza caravanas. Segundo consta, CARA tem coordenado caravanas com o Pueblo Sin Fronteras a partir de suas bases nos Estados Unidos.
Financiamento do governo
O Centro Sin Fronteras também recebe doações de fundações financiadas pelo governo. A Rede Católica de Imigração Legal (CLINIC, na sigla em inglês) recebe cerca de 10% de seus subsídios do governo. A CLINIC trabalha em estreita colaboração com o CARA e distribui grande parte de suas doações para instituições de caridade católicas e outras organizações, especificamente para ajudar os imigrantes a se tornarem cidadãos e pedir anistia.
CLINIC recebeu pelo menos US$ 2,2 milhões das fundações da Soros Open Society desde 2002. Além disso, a Fundação Ford, provavelmente a maior patrocinadora de fronteiras abertas, forneceu US$ 2,9 milhões desde 2011, segundo a Foundation Search.
O Centro também recebeu mais de US$ 1,5 milhão da Coalizão de Illinois pelos Direitos dos Imigrantes e Refugiados (ICIRR, na sigla em inglês) entre 2010 e 2012. A ICIRR, por sua vez, recebe 80% de seu financiamento do estado de Illinois.
Entre 2015 e 2017, a ICIRR recebeu US$ 15,3 milhões do Departamento de Serviços Humanos de Illinois e outras fontes do governo, de acordo com o Serviço da Receita Federal (IRS, na sigla em inglês). Parte do dinheiro provém provavelmente dos programas de Assistência a Refugiados gerenciados pelo Estado, um dos numerosos programas de subsídios do Departamento de Saúde e Serviços Sociais dos Estados Unidos para refugiados e imigrantes ilegais. Durante esses mesmos anos, o Departamento de Serviços Humanos de Illinois recebeu US$ 24,6 milhões através deste programa.
Somente em 2017, a ICIRR distribuiu entre US$ 11 mil e US$ 246 mil em subsídios do governo para 59 diferentes organizações de “Direitos dos Imigrantes e Refugiados”. De acordo com sua declaração de imposto de renda de 2015, a ICIRR também “fornece serviços extensivos para ajudar os mais de 325 mil residentes permanentes legais de Illinois para se tornarem cidadãos dos Estados Unidos”.
Financiamento da esquerda
O Fórum Nacional de Imigração (NIF, na sigla em inglês) repassou pelo menos US$ 60 mil para o Centro Sin Fronteras. O Fórum se descreve como uma organização “conservadora” pró-imigrantes, mas recebe seu financiamento, de US$ 5,5 milhões em 2016, dos progressistas, entre eles, as fundações Soros Open Society.
Outra organização da extrema esquerda que presta ajuda é a Associação Nacional de Advogados, catalogado décadas atrás pelo Congresso como uma frente comunista. Trata-se de uma filial da Associação Internacional de Advogados Democratas, fundada como uma fachada da propaganda soviética. A Associação ofereceu advogados voluntários para ajudar com os pedidos de asilo dos migrantes da caravana.
A Associação está fortemente envolvida com o movimento de fronteiras abertas através de seu Projeto de Imigração Nacional, e recebe grande financiamento de George Soros e outros que se concentram em questões de imigração.
A Fundação Ford repassou pelo menos US$ 1,3 milhão para a Associação Nacional de Advogados desde 2002. A associação está relacionada com grupos de fronteiras abertas, como o CASA de Maryland, um grupo ativista de imigrantes ilegais com sede em Maryland que também recebe dinheiro do governo.
Dezenas de ônibus
Muitos meios de comunicação concentraram-se na massa de migrantes da caravana, estimada entre 4.000 e 12.000 pessoas, que caminharam persistentemente em uma viagem de mais de 1.600 quilômetros até a fronteira. Mas eles não mencionaram que a caravana realizou a maior parte da viagem de ônibus.
O jornalista e cineasta Ami Horowitz fez seu relato diretamente do México, onde se misturou entre os migrantes. Horowitz disse que os migrantes fizeram parte do caminho a pé, mas que “haviam fretado ônibus de turismo quase luxuosos, dezenas deles”.
Horowitz disse que o que mais o surpreendeu foi o nível de organização e o dinheiro envolvido. “[Os ônibus] não vieram do nada, feito Maná que cai do céu. Isso foi amplamente organizado, contratado, e foi assim que eles conduziram essa caravana (…) 1.600 quilômetros através do México”, disse ele.
Horowitz estima o custo de fornecer água para a caravana em quase US$ 1 milhão. Ele acrescentou que o governo mexicano não queria que a caravana ficasse no México, então ela sempre foi acompanhada pela polícia.
“Furar os olhos de Trump”
Horowitz também revelou outra grande fonte de assistência: as Nações Unidas. Ele disse que há “numerosas” organizações da ONU em solo mexicano, especialmente o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e a UNICEF. Essas organizações prestaram “uma variedade incrível de serviços”, incluindo hospitais móveis, assistência para crianças e muito mais. Eles também treinaram os migrantes sobre como falar com a imprensa usando palavras que inspiram empatia e fizeram apresentações explicando o que dizer aos agentes de fronteira ao solicitar asilo.
De acordo com Horowitz em uma entrevista por telefone, o representante do ACNUR admitiu que o órgão estava envolvido com a caravana desde o início, e reconheceu que parte de seu propósito era “furar os olhos de Trump”.
Horowitz disse que o objetivo de todos os grupos envolvidos é “Degradar a segurança dos Estados Unidos. (…) degradar a soberania dos Estados Unidos e criar essa crise fabricada, cuja finalidade é promover seus planos “.
Horowitz constatou que as caravanas eram compostas de 90% de homens. Mulheres e crianças estavam presentes, mas eram uma pequena minoria, inclusive, sem dúvida, para despertar empatia. Quando os homens da caravana tentaram invadir a fronteira de San Ysidro no final de novembro, e novamente nesta semana, a Patrulha da Fronteira os obrigou a recuar com gás lacrimogêneo.
A presença de mulheres e crianças causou indignação na imprensa. Mas ninguém informou que os homens empurraram mulheres e crianças para a frente usando-as como escudos humanos, enquanto apedrejavam a Patrulha da Fronteira.
Todos os migrantes entrevistados por Horowitz disseram que se juntaram à caravana por razões econômicas. Nenhum deles falou de perigo ou violência em casa. As caravanas de migrantes também estão complicando o trabalho que já é difícil para os agentes de fronteira.
Preocupados com aqueles que tentam atravessar, eles não podem simultaneamente proteger as áreas mais remotas da fronteira, deixando muitas oportunidades para traficantes de drogas e terroristas entrarem nos Estados Unidos.
O apoio do CAIR
Em dezembro de 2018, o Conselho de Relações Americano-Islâmicas (CAIR, na sigla em inglês) anunciou sua intenção de reunir ativistas em San Diego para apoiar as caravanas:
“Em 10 de dezembro, representantes de seções do Conselho de Relações Americano-Islâmicas (CAIR), a maior organização muçulmana de direitos civis dos Estados Unidos, se juntarão a centenas de outros líderes religiosos de todo o país em San Diego, em uma ação de solidariedade aos requerentes de asilo na fronteira EUA-México, como parte da mobilização ‘O amor não conhece fronteiras: um apelo moral por justiça para os migrantes’ organizada pelo American Friends Service Committee (AFSC).”
O AFSC é nominalmente ligado ao Partido Comunista dos Estados Unidos e seus supervisores soviéticos da década de 1920. O AFSC também formou uma aliança com o MEChA, o grupo latino radical cuja finalidade é retomar partes do sudoeste vendidas pelo México aos Estados Unidos em 1848.
No entanto, mesmo sem as caravanas, as estatísticas de prisões na fronteira mostram que pelo menos 10 mil a 12 mil pessoas chegam a cada semana na fronteira.
James Simpson é economista, ex-analista de orçamento da Casa Branca, empresário e jornalista investigativo. Seu último livro é “O eixo vermelho-verde: refugiados, imigração e o plano para apagar os Estados Unidos” (The Red-Green Axis: Refugees, Immigration and the Agenda to Erase America). Siga-o no Twitter e no Facebook
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