Capturado suposto responsável por massacre de imigrantes no México

16/11/2017 21:28 Atualizado: 16/11/2017 21:28

O suposto mentor de um dos piores massacres de imigrantes na longa guerra às drogas no México foi detido na terça-feira, 14 de novembro, numa operação liderada pela polícia federal.

As autoridades policiais mexicanas disseram num comunicado que o suspeito, Martiniano de Jesús Jaramillo, chefe regional do cartel Los Zetas, alegadamente coordenou o massacre de 72 imigrantes na cidade de San Fernando, no norte de Tamaulipas, em agosto de 2010.

O suspeito de 56 anos, que também estaria envolvido em outros crimes violentos mais recentes, foi detido num hospital em Ciudad Victoria, a capital do estado de Tamaulipas, de acordo com o comunicado.

Numa das piores atrocidades na prolongada guerra às drogas no México, homens armados do cartel de narcotráfico Los Zetas foram responsáveis ​​pelas 72 pessoas assassinadas que foram encontradas num edifício vazio numa fazenda remota a cerca de 145 quilômetros da fronteira com o Texas, Estados Unidos.

As vítimas eram principalmente trabalhadores imigrantes da América Central e do Sul e pareciam estar com os olhos vendados e amarrados antes de serem alinhados contra uma parede e executados à bala.

Os investigadores dizem que os imigrantes foram assassinados porque se recusaram a trabalhar para o cartel Los Zetas.

O cartel é responsável pelo assassinato de mais de 350 agricultores e trabalhadores migrantes que se recusaram a se juntar a suas fileiras em todo o México e na Guatemala entre os anos de 2010-2011, de acordo com o Business Insider.

O grupo também é um dos mais implacáveis ​​e tecnologicamente experientes no México. De acordo com estatísticas criminais do governo mexicano, o cartel tem sido associado a mais de 179 mil assassinatos desde 2006.

O imigrante hondurenho José Medina no abrigo San Juan Diego, em Lecheria, 30 km ao norte da Cidade do México, em 27 de agosto de 2010. A culpa pelo assassinato dos supostos 72 imigrantes recaiu no cartel de narcotráfico Los Zetas em 26 de agosto. Um homem equatoriano ferido, que afirmou ser o único sobrevivente do massacre, alertou os militares e disse à polícia que seu grupo havia sido sequestrado e morto por membros dos Zetas por se recusarem a trabalhar para o cartel (Luis Acosta/AFP/Getty Images)
O imigrante hondurenho José Medina no abrigo San Juan Diego, em Lecheria, 30 km ao norte da Cidade do México, em 27 de agosto de 2010. A culpa pelo assassinato dos supostos 72 imigrantes recaiu no cartel de narcotráfico Los Zetas em 26 de agosto. Um homem equatoriano ferido, que afirmou ser o único sobrevivente do massacre, alertou os militares e disse à polícia que seu grupo havia sido sequestrado e morto por membros dos Zetas por se recusarem a trabalhar para o cartel (Luis Acosta/AFP/Getty Images)