Por Ricardo Roveran, Terça Livre
Rafael Álvarez estava acordado às 6h30 para esquentar o leite de sua filhinha quando ouviu o som de pedras caindo.
“Foi quando o andar abaixo de nós se soltou. Ficamos pendurados no ar, depois caímos no abismo.”
Álvarez, 41 anos, um padeiro, ficou soterrado até a cintura por escombros. Sua mãe, filha e outras duas pessoas foram mortas quando o edifício de 101 anos desabou.
“Salve os bebês!”, foram as últimas palavras de sua mãe, ele disse.
Em Havana, capital de Cuba, os mesmo prédios que atraem milhares de turistas também caem no chão todos os anos. As causas dos colapsos variam desde o clima até a negligência da ditadura comunista para renovações estruturais.
Carlos Guerrero, de 45 anos, disse que ele e sua família vivem “como cães assustados” em um edifício em ruínas ao longo da Merced Street.
Os vizinhos dizem: “Saiam de lá! Vai entrar em colapso!”
“Isso faz com que você se sinta como se estivesse morando debaixo de uma ponte”, disse Guerrero, que promete pegar um facão e buscar vingança contra os funcionários da ditadura se algo acontecer com sua esposa e três filhos.
Cerca de 3.856 desabamentos parciais ou totais de edifícios foram registrados em Havana de 2000 a 2013, não incluindo 2010 e 2011, quando nenhum registro foi arquivado.
Os desabamentos pioraram uma já severa escassez habitacional. Havana, por exemplo, apresentou um déficit de 206 mil lares em 2016, de acordo com números oficiais.
A crise imobiliária é um dos desafios mais urgentes do novo ditador cubano, Miguel Díaz-Canel, que prometeu melhorar as condições de moradia após assumir a nação comunista de 11 milhões de pessoas em abril.
A quantidade de prédios em péssimas condições na capital de Cuba é alarmante.
Ricardo Roveran é estudante de artes, filosofia e ciências. Jornalista, crítico de arte e escritor
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