Autoridades do Canadá anunciaram, nesta sexta-feira (10), os primeiros passos para a criação de um registro de lobistas que atuam em nome de governos estrangeiros no país, após revelações de ingerência chinesa nas eleições federais.
O ministro de Segurança Pública canadense, Marco Mendicino, divulgou o início das consultas para a criação do Registro de Transparência de Influência Estrangeira no Canadá “para garantir transparência e responsabilidade para aqueles que atuam em nome de um governo estrangeiro”.
O movimento é o mais recente do governo canadense em resposta a informações que vieram à tona nas últimas semanas sobre suposta ingerência chinesa nas eleições canadenses.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, disse que nomearia um relator especial independente para “combater” a ingerência no sistema democrático do Canadá por países como China, Irã e Rússia.
A imprensa canadense informou que a China enviou dinheiro a pelo menos 11 candidatos nas eleições federais de 2019 e que Trudeau tinha recebido relatórios confidenciais dos serviços de inteligência do país sobre a ação do gigante asiático.
Os mesmos relatórios indicam que a inteligência canadense acredita que a China apoiou a reeleição do Partido Liberal de Trudeau nas eleições de 2021, acreditando que um governo do Partido Conservador seria mais antagônico, e trabalhou para garantir que os candidatos conservadores vistos como opostos a Pequim não fossem eleitos.
A rede de televisão “Global News” disse nesta sexta-feira, que um membro do parlamento provincial de Ontário e membro do Partido Conservador, Vincent Ke, recebeu grandes quantias de dinheiro do consulado chinês em Toronto para facilitar sua eleição. Ke negou as alegações.
O líder da oposição, o conservador Pierre Poilievre, acusou nesta semana Trudeau de se beneficiar da ingerência chinesa, e pediu a criação de uma comissão de inquérito independente.
Até agora, Trudeau se recusou a criar a comissão e disse que o relator especial será o único a recomendar ações futuras.
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