Campanha de Trump entra com ação contra ex-assessora presidencial

Omarosa Manigault Newman violou acordo de confidencialidade feito em 2016 assumido por ela com a Campanha Trump

16/08/2018 13:48 Atualizado: 16/08/2018 13:48

Por Petr Svab, Epoch Times

A campanha pela reeleição do presidente Donald Trump deu início a um procedimento arbitral contra a ex-assistente de campanha e funcionária da Casa Branca, Omarosa Manigault Newman, sob a alegação de que ela violou um acordo de confidencialidade ao denegrir o presidente em seu novo livro.

Manigault Newman, que foi demitida em dezembro de seu trabalho com relações comunitárias para a administração Trump, diz que gravou secretamente outros funcionários de sua administração e até mesmo publicou a gravação de quando o chefe de gabinete John Kelly a despediu. De acordo com ela, a conversa ocorreu na Sala de Situação da Casa Branca, que é ultra-segura e onde dispositivos pessoais são proibidos.

Um funcionário da campanha de Trump disse sob condição de anonimato para o The Washington Examiner que Manigault Newman violou o acordo de uma forma “ultrajante”, e que a campanha pretende conseguir uma indenização de milhões de dólares. A campanha também poderá declarar que os ganhos com seu livro são “ilícitos”.

“Donald J. Trump for Presidente, Inc. iniciou um procedimento arbitral contra Omarosa Manigault Newman junto à Associação Americana de Arbitragem (AAA) da cidade de Nova Iorque, pela violação do acordo de confidencialidade feito em 2016 que ela assumiu com a Campanha Trump”, disse o funcionário, e acrescentou que o presidente “é conhecido por ter proporcionado oportunidades às pessoas para avançarem em suas carreiras e em suas vidas durante décadas, mas o que é errado é errado, e uma violação direta de um acordo deve ser tratada, e o violador deve ser responsabilizado [por seus atos]”.

O acordo proíbe Manigault Newman de divulgar informações gravadas sobre o presidente, suas empresas ou sua família, ou “falar mal” da família Trump “durante seu tempo em serviço e em qualquer momento posterior”, de acordo com uma cópia obtida pelo jornal.

Embora Manigault Newman afirme que não assinou um acordo de confidencialidade (AC) com a administração, a campanha afirma que seu AC ainda está em vigor.

Em seu livro, Manigault Newman acusa Trump de racismo, dizendo que o presidente fez uso de uma calúnia racial durante a produção do programa de TV chamado “O Aprendiz”, no qual os dois trabalharam juntos durante anos.

No entanto, tanto Trump como várias outras pessoas envolvidas com o show negaram essa declaração e outras feitas no livro.

“Ela afirma que ouviu alguém, que ouviu de mim, que eu ouvi Trump usar essa palavra”, disse o consultor político Frank Luntz em um tuíte publicado em 10 de agosto.

“Não só é completamente falso (nunca ouvi algo assim), como também Omarosa nem sequer tentou me telefonar ou enviar um e-mail para verificar isso.”

Manigault Newman afirma que existe uma gravação onde se ouve Trump pronunciando o insulto, e que publicou uma gravação em que ela está falando sobre a fita com Katrina Pierson, porta-voz da campanha Trump em 2016.

Conselheira política Katrina Pierson chega à Trump Tower em Nova Iorque em 14 de dezembro de 2016 (Drew Anger/Getty Images)
Conselheira política Katrina Pierson chega à Trump Tower em Nova Iorque em 14 de dezembro de 2016 (Drew Anger/Getty Images)

Pierson disse em uma entrevista à Fox News que ela estava investigando os rumores sobre a gravação e que “agora ficou claro que esses rumores estavam sendo espalhados por Omarosa e somente ela”.

“Omarosa inventou a história misturando várias conversas”, disse Pierson.