Por Agência EFE
A estrutura estratégica da nova política dos EUA para a América Latina enfatiza uma “campanha de pressão máxima contra a Venezuela”, conforme relatado neste domingo na Flórida por Robert O’Brien, assessor de Segurança Nacional do presidente Donald Trump.
O’Brien, um dos conselheiros mais próximos de Trump, se reuniu hoje em West Palm Beach, ao norte de Miami, com membros da comunidade colombiana e venezuelana a quem apresentou o “Marco Estratégico para o Hemisfério Ocidental” antes da viagem do Panamá e Colômbia, programadas para segunda-feira.
O documento, que inclui o combate ao narcotráfico e objetiva garantir a imigração legal para os Estados Unidos, afirma ser “a primeira estratégia integral do Governo liderado pela Casa Branca” para a América Latina em mais de 15 anos desde a administração de George W. Bush (2001-2009).
Como Mauricio Claver-Carone, principal assessor de Trump para as Américas, já havia antecipado esta semana, a prioridade da viagem ao Panamá e à Colômbia será a Venezuela, tema que, segundo ele, preocupa Washington.
A estratégia divulgada hoje inclui o fortalecimento de “uma aliança crucial contra a lavagem de dinheiro no Panamá, que será essencial para proteger o sistema bancário panamenho da lavagem de dinheiro (do ditador venezuelano Nicolás Maduro)”.
Além dessa “campanha de pressão” contra o regime de Maduro, da qual o documento não dá muitos detalhes, os Estados Unidos se referem a Cuba e à Nicarágua como os outros países em que a democracia na região não prospera.
Nesse sentido, propõe-se a “reversão da desastrosa política em relação a Cuba” do governo Barack Obama (2009-2017), contrapondo-se à “agressão econômica e influência política externa”, tema em que Trump tem se concentrado desde então início de seu mandato em 2017.
O quadro do plano estratégico para a América Latina assenta em cinco eixos: garantir a pátria, fomentar o crescimento econômico, promover a democracia e o Estado de direito, contrariar a influência estrangeira e reforçar as alianças com parceiros com ideias semelhantes, indica o plano.
Da mesma forma, ele detalha o empoderamento da América Latina para “fazer negócios com a China em seus próprios termos ou expandir e fortalecer o compromisso de parceiros com interesses semelhantes”.
O’Brien planeja viajar amanhã para o Panamá e depois para a Colômbia, acompanhado por Claver-Carone, onde se espera que abordem questões de segurança e desenvolvimento econômico.
Na Colômbia, afirma o documento, o assessor de Segurança Nacional “anunciará uma nova iniciativa para catalisar o investimento privado em áreas rurais e promover oportunidades junto com outras iniciativas de crescimento econômico”.
O’Brien viajará acompanhado do chefe do Comando Sul (SOUTHCOM), Almirante Craig Faller, entre outros.
O alto funcionário, que substituiu o polêmico John Bolton, demitido por Trump em setembro do ano passado, destacou que a Colômbia é um dos “melhores parceiros” dos Estados Unidos em questões de segurança e na luta contra o tráfico de drogas.
O documento reitera que as operações conjuntas de combate ao narcotráfico interromperam ou apreenderam nos últimos quatro meses mais de 163 toneladas de cocaína e maconha na região, avaliadas em quase 4 bilhões de dólares.
Em julho passado, O’Brien testou positivo para COVID-19, tornando-o o oficial de mais alto escalão no governo Trump conhecido por ter testado positivo para o vírus do PCC (Partido Comunista Chinês), comumente conhecido como o novo coronavírus. .
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