Câmara dos EUA rejeita esmagadoramente tentativa de impeachment de Trump

08/12/2017 15:36 Atualizado: 08/12/2017 15:52

Ambos, republicanos e democratas, votaram esmagadoramente contra uma tentativa de impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O deputado Al Green (Dem.-Texas) forçou a votação de uma resolução que ele havia apresentado para acusar Trump. Uma moção para encerrar a tentativa foi aprovada por 364 a 58 votos.

Green foi contra a vontade dos líderes democratas na Câmara do país ao pressionar a votação usando uma tática processual que permite que um único membro force a votação. Na história dos EUA, apenas dois presidentes foram julgados, Andrew Johnson e Bill Clinton.

Líder da minoria na Câmara dos EUA Nancy Pelosi (Dem.-CA) em uma coletiva de imprensa no Capitólio, em 6 de fevereiro de 2017 (Mario Tama/Getty Images)
Líder da minoria na Câmara dos EUA Nancy Pelosi (Dem.-CA) em uma coletiva de imprensa no Capitólio, em 6 de fevereiro de 2017 (Mario Tama/Getty Images)

A acusação de um presidente é um ato raro e é considerada em casos de “traição, corrupção ou outros crimes e delitos menores”.

As acusações de impeachment apresentadas por Greene, no entanto, eram baseadas meramente em declarações e ações de Trump das quais ele não gostava. As acusações introduzidas por Green continham erros factuais, omitia contexto e, em alguns casos, interpretavam de forma equivocada o que Trump disse.

O Supremo Tribunal em Washington em 7 de abril de 2017 (Aaron P. Bernstein/Reuters)
O Supremo Tribunal em Washington em 7 de abril de 2017 (Aaron P. Bernstein/Reuters)

Uma das ações de Donald Trump que Greene reprovou, mas que não configura razão para impeachment, foi a ordem do presidente americano para restringir viagens para os Estados Unidos provenientes de países propensos ao terrorismo.

No início desta semana, o Supremo Tribunal decidiu que a proibição de viajar de sete países propensos ao terror pode entrar em pleno vigor.

Apesar da vitória decisiva do Colégio Eleitoral de Donald Trump no ano passado, muitos democratas eleitos e grupos progressistas parecem ter se recusado a aceitar o resultado.

No Congresso, os democratas têm tentado obstruir as nomeações de Trump ─ historicamente, as indicações de Donald Trump foram aprovadas num ritmo lento ─ e qualquer legislação que desenvolvesse sua agenda. Na semana passada, o Senado votou a favor de um projeto de lei fiscal sem o apoio dos democratas.

No entanto, a ação de Green foi vista como muito extrema mesmo pela a liderança democrata. Nancy Pelosi, líder da minoria da Câmara, tentou em vão convencer Green a desistir de apresentar sua peça de impeachment.

Um ciclista passa o Capitólio dos EUA, em Washington, em 4 de maio de 2017 (Kevin Lamarque/Reuters)
Um ciclista passa o Capitólio dos EUA, em Washington, em 4 de maio de 2017 (Kevin Lamarque/Reuters)

A Casa Branca descreveu Green e seus apoiadores como “extremistas”. “É decepcionante que os extremistas no Congresso ainda se recusem a aceitar a vitória decisiva do presidente na eleição do ano passado”, disse o porta-voz Raj Shah em um comunicado.

“Seu tempo seria melhor gasto priorizando o alívio de impostos para famílias e empresas americanas e trabalhando para auxiliar nossas tropas e veteranos durante a temporada de férias, em vez de ameaçar um encerramento do governo.”

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