Por Richard Szabo, Epoch Times
A Câmara dos Deputados norte-americana aprovou nesta quinta-feira (20) um projeto de lei de gastos do governo que inclui US$ 5,7 bilhões em fundos para um novo muro fronteiriço, enquanto o Congresso trabalha para evitar o fechamento parcial do governo.
A Câmara aprovou o projeto com 217 votos a favor e 185 contra, o qual também inclui quase US$ 8 bilhões em fundos de ajuda humanitária para as áreas que foram afetadas por furacões e incêndios devastadores na costa da Califórnia este ano. O pacote de verbas agora vai para o Senado.
Urgência no prazo
Mais de 800 mil funcionários federais terão que entrar em licença ou trabalhar sem pagamento se não se chegar a um acordo antes que o atual contrato de financiamento expire à meia-noite de hoje. A legislação afeta nove de um total de quinze departamentos de nível de gabinete e dezenas de agências governamentais, incluindo departamentos de segurança nacional, transporte, interior, agricultura, Estado e justiça, bem como parques nacionais e florestas.
Muitas agências, incluindo o Pentágono e os Departamentos de Assuntos de Veteranos e Serviços de Saúde, receberam fundos para o ano e podem continuar funcionando normalmente mesmo que o financiamento expire no caso de uma rejeição do Senado. O Serviço Postal dos Estados Unidos, ocupado com a entrega de encomendas da época de festas, também não será afetado pelo fechamento do governo, já que é uma agência independente.
A Casa Branca confirmou que o presidente Donald Trump não viajará para a Flórida neste Natal se o governo fechar.
Empurrãozinho do presidente para liberar o financiamento do muro
O Senado aprovou um projeto de lei bipartidário em 19 de dezembro para manter o governo temporariamente financiado, mas com apenas US$ 1,6 bilhão em verbas para a segurança da fronteira, das quais nenhum dinheiro seria gasto com o muro fronteiriço.
Embora os membros do Partido Republicano soubessem que o presidente havia dito que não aprovaria o orçamento sem os US$ 5 bilhões para a construção do muro, os votos de 19 de dezembro não foram suficientes para aprovar o pedido de Trump.
Em um tuíte publicado em 20 de dezembro, Trump lembrou os parlamentares republicanos de sua promessa de financiar o muro quando o presidente assinou o orçamento de 2017.
“Quando assinei com relutância o projeto da Lei Omnibus, a liderança me prometeu o muro e segurança na fronteira. Disseram que seria feito até o final do ano (agora). Isso não aconteceu!”, disse Trump. “Lutamos como uns tontos pela segurança da fronteira de outros países, mas não pela segurança de nosso amado Estados Unidos. Isso não é bom!”
When I begrudgingly signed the Omnibus Bill, I was promised the Wall and Border Security by leadership. Would be done by end of year (NOW). It didn’t happen! We foolishly fight for Border Security for other countries – but not for our beloved U.S.A. Not good!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) December 20, 2018
Na Câmara dos Deputados, os republicanos conseguiram incorporar uma emenda ao projeto de lei previamente aprovado pelo Senado, para somar os US$ 5 bilhões que Trump exigiu para construir o muro fronteiriço.
“Queremos manter o governo funcionando, mas também queremos ver aprovado um acordo que proteja a fronteira”, disse o presidente da Câmara, Paul Ryan, republicano de Wisconsin, ao sair da Casa Branca depois de se encontrar com Trump por mais de uma hora e antes de entrar no Congresso para a votação.
Após a aprovação do projeto de lei, a assessora de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, disse à Reuters: “Não vamos esquecer que todos os membros do Congresso, tanto republicanos quanto democratas, fizeram campanha dizendo que também queriam segurança na fronteira.”
“Os democratas estão fazendo joguinhos políticos e precisam decidir se odeiam ou não o presidente mais do que amam este país. Eles têm que decidir se vão cumprir com o dever que assumiram quando prestaram juramento e mostrar a que vieram. Todos eles fizeram campanha pela segurança das fronteiras”.
O líder da maioria na Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy, republicano da Califórnia, saudou a aprovação do orçamento. “Nós agora entramos em um acordo”, disse McCarthy à agência de notícias AP. “Temos tempo agora para fazer isso.”
Paul Ryan prometeu voltar a trabalhar para conseguir aumentar a segurança nas fronteiras e manter o governo aberto. “Queremos ver sair um acordo”, disse ele à AP.
A Associated Press (AP) descreveu a aprovação do dinheiro para o levantamento do muro, na Câmara dos Deputados, como um “tapa na cara” de Nancy Pelosi, representante democrata da Califórnia, que havia alertado Trump em uma reunião televisionada que ocorreu na Sala Oval uma semana antes que a verba para o muro não teria votos suficientes.
Trump se manteve firme sobre o financiamento do muro
Trump havia dito anteriormente que ficaria “orgulhoso” de fechar o governo por causa da questão do financiamento do muro. Mas, buscando superar o impasse sobre o assunto, a Casa Branca acrescentou no começo da semana que o presidente disse que estava disposto a rever quaisquer projetos de lei que o Congresso lhe enviasse.
Trump criticou os democratas por “colocar a política acima do país”.
Democrats, it is time to come together and put the SAFETY of the AMERICAN PEOPLE before POLITICS. Border security must become a #1 priority! pic.twitter.com/Wck6UpQGil
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) December 20, 2018
O projeto irá agora para o Senado, onde serão necessários 60 votos para aprovar o financiamento.
“Esperamos que cumpram sua promessa como o presidente está fazendo. Ele fará isso, defenderá seu dever constitucional de proteger o povo norte-americano e esperamos que eles se juntem a nós”, disse Sanders.
Com informações da Associated Press