O Brasil vendeu 20.000 frascos de spray de pimenta para a Venezuela às vésperas das eleições presidenciais do país vizinho de 2024. A operação ocorreu com o aval do Exército e do Ministério da Defesa brasileiros.
Utilizado para repressão de manifestações, o material chegou à Venezuela pouco antes da disputa eleitoral, cujos principais adversários foram Nicolás Maduro e Edmundo González Urrutia, em um processo amplamente contestado pela comunidade internacional e acusado de fraudes.
Segundo informações da BBC News Brasil, o governo brasileiro confirmou a exportação e disse que a transação seguiu os procedimentos legais. Já o Exército afirmou que não poderia divulgar o nome da companhia envolvida, nem se a compra foi realizada por entidades privadas ou pelo governo venezuelano.
O lote de spray de pimenta, que teve como ponto de origem São Paulo, foi enviado em duas remessas para Roraima, de onde seguiu para a Venezuela nos meses de junho e julho.
Por ser classificado como material de defesa, o produto necessitou de uma autorização especial para sua exportação.
De acordo com dados divulgados pela BBC, a Venezuela foi o maior comprador de sprays de pimenta no ano de 2024, adquirindo mais unidades do que qualquer outro país, cuja soma total foi de 9.100 frascos.
O uso de spray de pimenta pelas forças de segurança bolivariana tem sido uma ferramenta comum para a repressão de protestos e manifestações.
As manifestações que ocorreram antes e após as eleições na Venezuela, em julho de 2024, foram duramente reprimidas, com relatos de violência praticada pelo regime de Maduro.