Autoridades do Brasil, da União Europeia (UE), Costa Rica e Panamá realizaram um total de 226 inspeções no âmbito de uma operação internacional contra crimes ambientais, corte ilegal de madeira, contrabando, fraude documental, lavagem de capitais e evasão fiscal, informou nesta terça-feira a Europol.
A agência policial europeia anunciou hoje que a operação resultou na apreensão de um carregamento de madeira de Mianmar avaliado em 12 mil euros (R$ 63,8 mil), e de dois contêineres marítimos de madeira brasileira avaliados em 67 mil euros (R$ 356,5 mil).
Além disso, as pistas obtidas nas 226 fiscalizações realizadas durante a operação permitiram a abertura de uma nova investigação criminal.
“O comércio ilegal de madeira é uma prática abominável que envolve a derrubada de uma área de floresta equivalente a um campo de futebol a cada dois segundos em todo o mundo. O comércio ilegal de madeira esgota os recursos naturais dos países de origem e tem um impacto direto na desflorestação e, consequentemente, na mudança climática”, destacou a Europol.
O comércio ilícito de madeira é uma das atividades criminosas transnacionais mais lucrativas financeiramente, gerando cerca de US$ 7 bilhões (R$ 34,5 bilhões).
Diversos tipos de madeira, como teca, pau-rosa, ipê e pernambuco, são muito procurados nos países europeus, onde são utilizados para diversos fins, incluindo a criação de ornamentos e construção em geral.
Os grupos criminosos organizados camuflam a origem da madeira através da falsificação de documentos e subornos para passar pelos controles aduaneiros aos países de consumo, razão pela qual este crime inclui numerosos crimes ambientais, como corte ilegal, contrabando, fraude documental, lavagem de capitais e evasão fiscal.
A operação foi coordenada pela Europol de Haia e mobilizou as autoridades policiais de França, Alemanha, Itália, Holanda, Portugal e Espanha, e, de fora da União Europeia, envolveu as forças policiais de Brasil, Costa Rica e Panamá, que se juntaram a esta operação periódica pela primeira vez este ano.