Em discurso durante a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (29), em Nova Iorque, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, pediu o fim das sanções dos Estados Unidos e do embargo econômico imposto a Cuba. O ilha comunista integra a lista do governo norte-americano de Estados que patrocinam o terrorismo.
Vieira declarou que as únicas sanções internacionalmente legítimas são as estabelecidas pelo Conselho de Segurança da ONU e enfatizou a importância de um “diálogo pautado no respeito mútuo e na não interferência”.
Além de rejeitar o embargo, o ministro de Lula também condenou a “aplicação extraterritorial de leis nacionais discriminatórias”.
“Hoje, como tantas vezes antes, o Brasil reitera sua firme, categórica e constante oposição ao embargo econômico, comercial e financeiro imposto contra Cuba. Rejeitamos também a aplicação extraterritorial de leis nacionais discriminatórias”, disse Vieira.
Segundo o chanceler, o embargo econômico, comercial e financeiro causou “sofrimento incalculável” ao povo cubano e prejudicou o desenvolvimento sustentável do país.
“A persistência dessa medida afeta diretamente o exercício dos direitos humanos do povo cubano, limitando o acesso a bens essenciais, como medicamentos e tecnologias indispensáveis para o desenvolvimento”, acrescentou Vieira.
Vieira ressaltou que as sanções agravaram a crise humanitária no país após a passagem do furacão Oscar, que causou destruição e seis mortes na segunda-feira (21).
“Essas medidas, que já penalizam injustamente o povo cubano, agora dificultam uma resposta adequada à crise humanitária provocada pelo furacão”, afirmou.
Além do Brasil, outros países da América Latina e do Caribe também solicitaram o fim do embargo por meio de mensagens de seus líderes.
De acordo com o Itamaraty, Vieira também se reuniu em Nova Iorque com o chanceler cubano Bruno Rodríguez. Além do embargo econômico, eles discutiram a segurança global e a recente cúpula dos Brics na Rússia.