A ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, reagiu nesta quarta-feira (13) às polêmicas declarações do presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, que na abertura da 29ª Cúpula do Clima (COP29) em Baku descreveu os combustíveis fósseis como “presentes de Deus” e pediu cautela no uso dos dons divinos.
“Temos que ser cautelosos com a questão dos ‘presentes de Deus’. Por exemplo, se comermos açúcar de milho, certamente acabaremos com diabetes”, afirmou Marina em entrevista coletiva na COP29.
Na abertura da cúpula organizada pelas Nações Unidas na capital do Azerbaijão, Aliyev declarou na terça-feira que “os recursos naturais são um ‘presente de Deus’, seja petróleo, gás, vento, sol, ouro” e acrescentou que “os países não são culpados” de possuí-los e entregá-los ao mercado porque “as pessoas precisam deles”.
O petróleo e o gás foram responsáveis por 47,8% do PIB do Azerbaijão e 92,5% de suas exportações em 2022.
Marina fez essas declarações depois de apresentar à ONU os planos para o clima atualizados do Brasil, anunciados na semana passada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com uma redução de 67% nas emissões até 2035 em comparação com 2005.
Em uma cúpula em que o item mais importante da agenda é o financeiro, Marina evitou detalhar quanto dinheiro ela acredita que as economias desenvolvidas devem transferir para os países em desenvolvimento a partir de 2025 para ajudá-los com seus planos para o clima, mas disse que os compromissos atuais de US$ 100 bilhões por ano “provaram ser insuficientes”.
O Brasil sediará a COP30 no ano que vem, em Belém, uma cúpula que será realizada dez anos após a assinatura em 2015 do Acordo de Paris para conter a mudança climática e onde os países terão que chegar com planos atualizados para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
