Brasil, Argentina e UE ficarão isentos das tarifas sobre aço e alumínio dos EUA

Governo norte-americano já impôs 24 medidas comerciais contra o aço da China, mais do que qualquer outro país

23/03/2018 16:45 Atualizado: 23/03/2018 16:45

Por Anastasia Gubin, Epoch Times

O representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, disse ontem (22) que os países que negociam com os Estados Unidos estarão momentaneamente fora da lista de nações que deverão pagar as tarifas de aço e alumínio que entram em vigor hoje.

“A ideia que o presidente (Donald Trump) tem em mente é que, com base em um determinado conjunto de critérios, alguns países devem ficar fora”, disse Lighthizer hoje, de acordo com o jornal The New York Times.

“O que o presidente decidiu fazer foi parar com a implementação das tarifas em relação a esses países.”

Esta decisão favorece a União Europeia, juntamente com Argentina, Austrália, Brasil e Coreia do Sul.

Canadá e México já estavam fora da lista de países sujeitos às tarifas.

Ontem, o representante comercial adiantou que “nossa esperança é que, no final de abril, tenhamos resolvido esta parte do processo”, de acordo com a ABC.

“Estamos agora em meio a conversações com a Austrália, a Argentina e a União Europeia, mas um grande número de países nos interrogou sobre isso”, disse Lighthizer, perante o Comitê de Meios e Arbítrios da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, abordando a questão da imposição de encargos sobre as importações destes produtos.

Hoje completam 15 dias desde que o presidente Trump assinou o decreto sobre as tarifas, sendo 25% e 10% para o aço e o alumínio, respectivamente. Estas entrarão em vigor em países como a Venezuela, a Rússia e a China.

Presidente Donald Trump no Salão Leste da Casa Branca em Washington, em 6 de março de 2018 (Samira Bouaou/Epoch Times)
Presidente Donald Trump no Salão Leste da Casa Branca em Washington, em 6 de março de 2018 (Samira Bouaou/Epoch Times)

O Presidente Trump justificou as novas tarifas dizendo que são para garantir a produção doméstica e devido a práticas desleais, especialmente da China.

Em 27 de fevereiro, o Departamento de Estado salientou que “os exportadores da China vendem alumínio nos Estados Unidos por um valor entre 48,64 e 106,9% menor do que o valor justo. O Departamento de Comércio também afirmou que a China está concedendo subsídios injustos a seus produtores de alumínio, com taxas de 17,14 a 80,97%.”

Lighthizer falou hoje com os senadores Lisa Murkowski e Pat Roberts perante a audiência do Comitê de Finanças do Senado, de acordo com o The New York Times.

Na reunião, ele disse que o presidente Trump está preocupado com a possibilidade de que os metais chineses entrem nos Estados Unidos através de outros países. Ele afirmou que esses metais são produzidos na China e depois enviados para os Estados Unidos através de outro país.

Os Estados Unidos já impuseram 24 medidas comerciais contra o aço da China, mais do que qualquer outro país, e a administração de Trump planeja anunciar outras tarifas anuais e outras restrições para o país asiático, por motivo de roubo de tecnologia e de segredos industriais, de acordo com matéria do New York Times.

No total, os países mencionados por Lighthizer que estão isentos das tarifas, juntamente com o Canadá e o México, “representam mais da metade do volume total de aço vendido aos Estados Unidos em 2017”, acrescentou em seu relatório.