O Brasil estaria disposto a apoiar a abertura de negociações para um acordo de livre comércio entre Mercosul e China, como proposto pelo Uruguai, se elas fossem realizadas pelo bloco sul-americano como um todo.
“Não haveria nenhum problema em abrir negociações com a China se todos nós formos juntos”, disse nesta quarta-feira em entrevista coletiva Gisela Padovan, secretária do Ministério das Relações Exteriores do Brasil para América Latina e Caribe.
O Uruguai assumirá a presidência semestral do bloco na cúpula a ser realizada na próxima segunda-feira, no Paraguai, e já deixou claro que pretende insistir na negociação de um acordo comercial com a China, o que já começou a fazer por conta própria, embora esteja impedido de fazê-lo pelas regras do bloco.
O ministro das Relações Exteriores uruguaio, Omar Paganini, reafirmou esta semana que a intenção de seu país é avançar em direção a uma “modernização do Mercosul” e que, nesse contexto, insistirá em “revitalizar o diálogo” com a China.
De acordo com Padovan, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria disposto a apoiar a iniciativa uruguaia, desde que os cinco membros do Mercosul estejam “juntos”, referindo-se a Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, aos quais se soma agora a Bolívia, que está em processo de adesão.