O Brasil anunciou oficialmente seu retorno, após quatro anos, à União das Nações Sul-Americanas (Unasul), bloco criado em 2008, informou nesta sexta-feira o Ministério das Relações Exteriores.
“Em um momento de retomada de suas principais alianças internacionais, o Brasil voltará a fazer parte da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). O decreto nº 11.475, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicado do Diário Oficial da União nesta quinta-feira (06), promulga o Tratado Constitutivo da Unasul, passa a valer em 6 de maio de 2023 e coloca o país de volta no grupo criado durante o segundo governo do presidente Lula”, informou o Itamaraty em comunicado.
“Assim como o Brasil, a Argentina também anunciou que irá voltar ao bloco, que atualmente tem como membros Bolívia, Guiana, Suriname e Venezuela, além do Peru, que se encontra suspenso”, acrescenta a nota.
O objetivo da Unasul, segundo o comunicado, “é fomentar a integração entre os países sul-americanos, em um modelo que busca integrar as duas uniões aduaneiras do continente, o Mercosul (Mercado Comum do Sul) e a CAN (Comunidade Andina), mas indo além da esfera econômica, para atingir outras áreas de interesse, como social, cultural, científico-tecnológica e política”.
Em 23 de março, na República Dominicana, o chanceler Mauro Vieira declarou que o Brasil queria “relançar a Unasul com novas bases”. A organização foi esvaziada nos últimos cinco anos pela maioria dos países membros, que a acusava de ser ideológica.
“E essas bases incluem o resultado do diálogo com os países membros, para que todos possam considerar o formato apropriado. Vamos trabalhar nessa direção”, disse Vieira à Agência EFE em uma entrevista por telefone.
O bloco foi criado em 2008 por Lula e o falecido ex-ditador venezuelano Hugo Chávez.
Em 2017, ele entrou em crise quando os 12 países membros não conseguiram chegar a um acordo sobre um novo secretário-geral, uma situação que se agravou devido a posições conflitantes sobre a crise na Venezuela.
A situação se tornou crítica no ano seguinte, quando Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Paraguai e Peru, com governos de direita ou centro-direita, suspenderam sua participação e financiamento.
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