Por EFE
Londres, 12 jun – O primeiro-ministro do Reino Unido, o conservador Boris Johnson, chamou nesta sexta-feira de “absurdos e vergonhosos” os atos cometidos contra a estátua de Winston Churchill, em Londres, destacando suas realizações na luta contra a “tirania fascista e racista”.
A estátua do antigo chefe do governo britânico, também “Tory”, na Praça do Parlamento apareceu nos últimos dias com pichações, depois que milhares de pessoas se manifestaram em todo o país em protesto pelo assassinato de George Floyd, um negro de 46 anos, durante abordagem policial nos Estados Unidos.
“É absurdo e vergonhoso que esse monumento nacional esteja hoje ameaçado por ataques de manifestantes violentos. Sim, (Churchill) às vezes expressou pontos de vista que são inaceitáveis para nós hoje, mas ele era um herói e merece esse tributo”, escreveu Johnson em sua conta no Twitter.
O premier afirmou que não se pode “tentar censurar ou editar” o passado agora e “fingir que temos uma história diferente”, lembrando que as estátuas nas cidades do país foram “erguidas por gerações anteriores”, que tinham “perspectivas diferentes, entendimentos diferentes do bem e do mal”.
A estátua de Churchill (1874-1965) em Londres é uma “lembrança permanente” de suas “realizações para salvar este país e toda a Europa” da “tirania fascista e racista”, insistiu Johnson, referindo-se ao papel desenvolvido por seu antecessor na derrota da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Nos últimos dias, também ocorreram pichações na estátua da rainha Victoria (1819-1901) no centro de Hyde Park, onde foram lidas palavras como “racista” e “assassino”, enquanto a do comerciante de escravos Edward Colston (1636-1721) foi derrubada em Bristol, arrastada pelas ruas e jogada no porto desta cidade inglesa.
Manifestações sobre a morte de Floyd e contra o racismo em geral continuarão neste fim de semana em diferentes partes do Reino Unido, forçando o governo a proteger certos monumentos com cercas e presença policial.
Em declarações à imprensa, Johnson também defendeu hoje o “enorme progresso alcançado” em seu país na “luta contra o racismo”, embora tenha reconhecido que “ainda há muito trabalho a ser feito”.