O ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson anunciou neste domingo que decidiu não concorre às primárias do Partido Conservador para substituir Liz Truss como líder da legenda e primeiro-ministro do Reino Unido.
Johnson disse em um comunicado que, apesar de ter o apoio necessário dos parlamentares conservadores, concluiu que “simplesmente não seria a coisa certa a fazer” porque “não se pode governar de maneira efetiva a menos que tenha um partido unido no Parlamento”.
Segundo afirmou, contava com o apoio de 102 deputados conservadores, dois a mais do que o necessário para participar das primárias.
“Nos últimos dias, fiquei impressionado com o número de pessoas que sugeriram que eu deveria mais uma vez disputar a liderança do Partido Conservador, tanto entre o público quanto entre amigos e colegas no Parlamento”, declarou Johnson em seu comunicado.
O político, que renunciou no último mês de julho, admitiu que foi atraído para voltar ao poder pela vitória eleitoral que sua legenda obteve nas eleições gerais de 2019, mas salientou que o governo deve agora focar-se nos problemas econômicos que assolam as famílias do Reino Unido.
Johnson também indicou que havia contatado os outros dois candidatos, o ex-ministro da Economia, Rishi Sunak, e a líder dos conservadores na Câmara dos Comuns, Penny Mordaunt, porque esperava uni-los no interesse nacional, mas “infelizmente não foram capazes de encontrar uma maneira de fazê-lo.”
“Por isso, temo que seja melhor não permitir que minha nomeação vá adiante e comprometo meu apoio a quem for bem-sucedido. Acho que tenho muito a oferecer, mas temo que o momento simplesmente não seja o adequado”, concluiu.
De acordo com estimativas da imprensa, Sunak tem o apoio de 144 parlamentares conservadores, enquanto Mordaunt tem 24.
O chamado Comitê 1922, que reúne deputados sem cargos ministeriais, iniciou o processo das primárias depois que Liz Truss renunciou na quinta-feira como líder conservadora e primeira-ministra como resultado da polêmica em torno de seu programa fiscal – com cortes de impostos -, que causou turbulência nos mercados financeiros.
Por sua vez, Johnson havia renunciado anteriormente após o pedido de demissão de vários membros de seu Executivo como resultado da polêmica sobre as festas na residência oficial de Downing Street durante a pandemia.
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