Por Agência EFE
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, advertiu nesta quinta-feira(10) que é grande a chance de que o Reino Unido rompa definitivamente os laços com a União Europeia, em 31 de dezembro, sem ter chegado a um acordo sobre o relacionamento futuro entre as partes.
Um dia depois de ter se reunido em Bruxelas com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Johnson declarou hoje em uma entrevista à emissora “Sky News” que a relação com a UE provavelmente será regida pelas regras gerais da Organização Mundial do Comércio (OMC) após o final do período de transição pós-Brexit.
O premiê afirmou que as propostas que estão sobre a mesa agora deixariam seu país “preso na órbita da União Europeia”. Em sua visão, o Reino Unido estaria exposto a possíveis sanções se não adaptasse sua legislação às mudanças nas regras do bloco.
Os britânicos vêm frisando que pretendem manter a soberania naquele que tem sido o principal obstáculo entre as partes: condições que garantam uma concorrência justa, especialmente no que diz respeito a subsídios estatais.
Johnson disse que pediu aos integrantes de seu governo que começassem a se preparar para um cenário sem acordo, o que no jargão político britânico é conhecido como uma “relação ao estilo australiano”, aludindo ao fato de que não há acordo comercial com tal país.
“Acredito que temos que deixar muito, muito claro que existe agora uma forte possibilidade de termos uma solução mais parecida com a relação com a Austrália do que como a do Canadá com a União Europeia (que têm um amplo tratado comercial)”, alertou Johnson durante a entrevista. “Está na hora de a população e as empresas se prepararem para 1º de janeiro, porque haverá mudanças de qualquer forma”, completou.
Entretanto, o premiê deixou claro que está disposto a um último esforço para chegar a um entendimento com o bloco antes do próximo domingo, prazo que as partes se deram para tomar uma decisão.
As palavras de Johnson vêm horas depois de a UE ter apresentado suas medidas de contingência para que os países estejam preparados caso não haja acordo.
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