O presidente do Chile, Gabriel Boric, afirmou nesta terça-feira (30) que a situação dos direitos humanos na Venezuela é uma “realidade grave” e não uma “construção narrativa”, como disse ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva após receber o líder venezuelano, Nicolás Maduro, em Brasília.
“Respeitosamente, eu disse que tinha uma discrepância em relação ao que o presidente Lula disse ontem (…) Não é uma construção narrativa, é uma realidade séria”, disse Boric em entrevista coletiva, durante a cúpula de líderes do Mercosul, que está sendo realizada em Brasília nesta terça-feira.
“Tive a oportunidade de ver (essa realidade) nos olhos e na dor de centenas de milhares de venezuelanos que hoje estão em nossa pátria e que também exigem uma posição firme e clara”, acrescentou.
Ao contrário de outros líderes progressistas da região, Boric tem sido muito crítico em relação a Maduro, mas sempre questionou as sanções econômicas contra o país e, nesta terça-feira, pediu aos Estados Unidos e à União Europeia que as retirem para que “o povo venezuelano possa seguir em frente”.
A cúpula, organizada por Lula e com a presença de outros 11 líderes regionais, representou o primeiro encontro frente a frente entre Boric e Maduro.
“Estamos felizes que a Venezuela esteja retornando aos órgãos multilaterais porque acreditamos que é nesses espaços que os problemas são resolvidos e não com declarações em que apenas atacamos uns aos outros”, disse Boric.
“Isso não pode significar varrer para debaixo do tapete ou fechar os olhos para questões que, para nós, são princípios importantes, como a defesa dos direitos humanos”, acrescentou.
Apesar das críticas, Boric está tentando normalizar as relações com a Venezuela e, na semana passada, nomeou Jaime Gazmuri como o novo embaixador chileno em Caracas, para ocupar um cargo que estava vago desde 2018.
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