O presidente do Chile, Gabriel Boric, afirmou nesta quarta-feira (07) que não tem dúvidas de que o regime de Nicolás Maduro “tentou cometer fraude” durante as últimas eleições na Venezuela.
Em declarações à imprensa, Boric explicou que a prova é a relutância em mostrar os registros eleitorais.
O mandatário chileno insistiu que o país “não reconhece a autoproclamada vitória de Maduro e não confia na independência ou imparcialidade das instituições atuais na Venezuela, e é por isso que declara que validará os resultados que foram verificados por órgãos internacionais independentes do regime”, enfatizou.
Sobre o reconhecimento dos resultados, Boric disse que as lições devem ser aprendidas com as experiências passadas.
“Não podemos, como comunidade internacional, cometer o mesmo erro que foi cometido na época com Guaidó, e isso é compreendido pela maioria dos países”, declarou.
O presidente chileno disse que confia nos esforços que estão sendo feitos pelos países com “capacidade de negociação e diálogo” com as diferentes partes envolvidas.
“Vocês viram os discursos depreciativos que alguns dos líderes do atual governo (da Venezuela) fizeram contra nós, e eu não vou responder nos mesmos termos, não é a tradição do Chile”, declarou.
Ele também destacou que “graves violações dos direitos humanos estão sendo cometidas, reprimindo pessoas que estão se manifestando e iniciando processos criminais que são risíveis e que não seriam aceitáveis em qualquer país democrático contra líderes da oposição”.
“E eu digo isso independentemente da posição de cada um em relação à oposição, porque aqui há princípios que devem ser defendidos em todos os momentos, independentemente das diferenças, e é isso que temos feito como política internacional”, afirmou, ao responder às críticas de dentro de sua própria coalizão e, em particular, à posição do Partido Comunista.
Boric ressaltou que é necessário ter “visão de longo prazo” ao pensar nas “centenas de milhares de venezuelanos que hoje estão espalhados pela América Latina e, em particular, em nosso país”.
“Quando vejo os rostos de pessoas trabalhadoras que estão desesperadas porque tiveram que deixar seu país em condições extremamente precárias, só posso entender e condenar o que o regime de Nicolás Maduro vem fazendo há algum tempo”, concluiu.