Por Jack Phillips
A Rússia confirmou que transportou bombardeiros com capacidade nuclear na região do extremo oriente, em frente ao Alasca, como parte de uma rotina de treinamento.
O Ministério da Defesa do país disse em um comunicado que os bombardeiros Tupolev Tu-160, capazes de transportar 12 mísseis nucleares de curto alcance, viajaram cerca de 6115 quilômetros ao longo de oito horas desde o oeste da Rússia até Anadyr, na região de Chukotka, que fica perto do Alasca, informou a Reuters.
“Dois transportadores de mísseis estratégicos Tu-160 das Forças Aeroespaciais da Rússia fizeram um voo sem escalas de um ponto base para o aeródromo de Anadyr”, disse o Ministério da Defesa em um comunicado no Twitter. “A duração do voo foi de mais de oito horas, período durante o qual as tripulações cobriram mais de 6 mil quilômetros”.
Два стратегических ракетоносца Ту-160 ВКС России выполнили беспосадочный перелет из пункта базирования на аэродром Анадырь
Длительность полета составила более восьми часов, за это время экипажи преодолели свыше 6 тыс. километров#Минобороны #ВКС #Ту160 #Ту95МС #АрмияРоссии pic.twitter.com/wevxECwOUI
— Минобороны России (@mod_russia) August 14, 2019
O comunicado também incluia um vídeo exibindo os aviões decolando à noite antes de mostrar a chegada deles durante o dia.
Segundo a Reuters, o voo fazia parte de um exercício que duraria até o final da semana.
Em 14 de agosto, o jornal estatal russo Rossiiskaya Gazeta, disse que o voo Tu-160 revelou a capacidade do país de posicionar bombardeiros nucleares à 20 minutos do território dos EUA.
“A distância de Anadyr para o Alasca é de menos de 600 km (372 milhas) – para o TU-160, que leva 20 minutos, incluindo decolagem e ganho de altitude”, disse o jornal, segundo a Reuters. “Além disso, a capacidade dos mísseis transportados pelo avião permitiria lançá-los sem deixar o espaço aéreo russo. Se necessário, o primeiro alvo dos bombardeiros poderia ser estações de radar e as posições dos mísseis interceptadores que fazem parte do sistema de defesa antimísseis dos Estados Unidos”.
Cerca de 10 aviões Tu-160s e TU-95MS e IL-78 foram envolvidos no exercício, observou a agência de notícias.
O Okrug Autônomo de Chukotka está localizado no nordeste da Rússia e é a região menos densamente povoada do país.
Avião espião sobre Chicago
Um avião espião russo teria sobrevoado Chicago em 13 de agosto em alta altitude, de acordo com uma reportagem local.
O avião, um jato Tupolev, partiu de Dayton, Ohio, e foi para Great Falls, Montana, como parte do programa Tratado ao Céu Aberto, informou a WGN-TV. O tratado permite que os países realizem voos de vigilância pré-organizados sobre o território de cada um.
Os aviões estão desarmados, mas possuem equipamentos de vigilância e monitoramento.
Quando o avião voou sobre Chicago, ele estava em uma altura de 36.000 pés, segundo a reportagem.
A Estação Naval Great Lakes está localizada perto da rota onde o avião voou. É a maior instalação de treinamento e abriga o único campo de treino da Marinha.
Um porta-voz militar russo disse: “Especialistas dos Estados Unidos a bordo irão monitorar o uso do equipamento de vigilância e o cumprimento das disposições do acordo.”
Um especialista em aviação disse que a excursão do avião espião russo sobre Chicago pode ter sido causada pelo clima.
“Ele pode ter evitado tempestades”, disse Ian Petchenik, da FlightRadar24, segundo a emissora.
Moscou também usou o tratado para visitar locais militares ao longo da costa leste.
Em abril, a Rússia fez um voo com um avião espião sobre a Área 51, em Nevada.
A unidade informou na época, que um Tu-154M foi capturado sobrevoando várias bases militares no oeste dos Estados Unidos, incluindo a infame Área 51. O voo ocorreu em 28 de março, começando na Base Aérea de Travis, na Califórnia.
Em seguida, o avião sobrevoou a Base Aérea de Edwards, no sul da Califórnia, o Centro de Treinamento Nacional Fort Irwin, no condado de San Bernardino, e a Base Aérea Creech de Nevada, informou a unidade, citando dados do FlightRadar24.
O avião russo então foi para Yucca Flat, um local de testes nucleares.