Bolsonaro diz estar comprometido com Guaidó até que a Venezuela consiga “democracia e liberdade”

O Brasil é membro do Grupo de Lima, um fórum de países americanos que exige a saída de Maduro

01/03/2019 19:18 Atualizado: 01/03/2019 19:18

Por Agência EFE

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou ao receber o presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, que seu governo não cessará em sua busca por aquilo “que os venezuelanos querem: democracia e liberdade”.

Em comunicado conjunto após reunião privada, o chefe de Estado brasileiro disse que Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela pelo Brasil e outros cinquenta países, é “uma esperança” no processo de recuperação da democracia e da “liberdade”.

“Às vezes nos perguntamos como pode um país rico e próspero, com um povo maravilhoso, chegar a uma situação tão caótica” como chegou a Venezuela, disse Bolsonaro, que culpou “a esquerda que gosta tanto dos pobres que acaba multiplicando-os”.

Bolsonaro disse que o Brasil “estava indo por um caminho semelhante, mas o povo acordou em parte nas eleições do ano passado e disse não ao populismo e à demagogia barata que domina a Venezuela”.

Guaidó chegou a Brasília ontem (28) vindo de Bogotá, a bordo de um avião da Força Aérea colombiana, depois de deixar seu país por terra até chegar à Colômbia na última sexta-feira.

Sua transferência para a Colômbia desafiou a proibição de deixar a Venezuela ditada pela justiça chavista, que justificou essa decisão em uma investigação relacionada ao seu juramento como presidente interino em 23 de janeiro.

Na Colômbia, ele liderou as mobilizações que no sábado tentaram levar à Venezuela a ajuda humanitária doada por vários países e coletada na cidade de Cúcuta, que falharam em meio a sérios incidentes devido ao fechamento das fronteiras ordenado por Nicolás Maduro.

O mesmo aconteceu na fronteira com o Brasil, onde 200 toneladas de alimentos e remédios doados pelo governo Bolsonaro e pelos Estados Unidos ficaram retidos.

Embora o próprio Guaidó tenha dito que planeja voltar a seu país esta semana, a Assembleia Nacional o autorizou a deixar a Venezuela por um período de mais de cinco dias, para que sua viagem possa ser ampliada e inclua visitas a outros líderes sul-americanos. .

Precisamente nesta quinta-feira, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, confirmou em sua conta no Twitter a visita matinal ao país do chefe do Parlamento venezuelano.

O Brasil é membro do Grupo de Lima, um fórum de países americanos que exige a saída de Maduro e que nesta segunda-feira realizou uma reunião em Bogotá, com a presença de Guaidó, na qual ele se comprometeu a continuar trabalhando para a “redemocratização” da Venezuela.

Essa plataforma também rejeitou a possibilidade de intervenção militar na Venezuela e reiterou sua exigência de que eleições “livres” sejam realizadas no país, sob a supervisão da comunidade internacional.