Blinken anuncia resposta firme a envolvimento de tropas norte-coreanas na Ucrânia

Por Agência de Notícias
13/11/2024 14:49 Atualizado: 13/11/2024 14:49

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse nesta quarta-feira (13), durante uma visita à sede da OTAN, que o envolvimento de tropas norte-coreanas na guerra da Rússia contra a Ucrânia “exige e receberá uma resposta firme”.

“Tivemos uma discussão muito produtiva hoje sobre nosso apoio contínuo à Ucrânia em face da agressão russa; esse elemento adicional agora da Coreia do Norte, forças norte-coreanas injetadas na batalha e agora literalmente em combate, exige e receberá uma resposta firme”, comentou Blinken após reunião com o secretário-geral da OTAN, o holandês Mark Rutte.

“Vemos cada vez mais a indivisibilidade da segurança entre e dentro desses diferentes teatros: o teatro Euro-Atlântico, o teatro Indo-Pacífico e o Oriente Médio”, acrescentou.

Rutte foi na mesma linha, pontuando que o Euro-Atlântico e o Indo-Pacífico “não são dois teatros separados”.

“Tudo isso está se tornando cada vez mais combinado, e o que está acontecendo na Ucrânia tem um impacto global”, enfatizou.

Blinken, que participará nesta quarta-feira de uma reunião do Conselho do Atlântico Norte – o principal órgão de tomada de decisões da OTAN – em nível de embaixador, disse que é “fundamental encontrar maneiras de trabalhar cada vez mais próximos”.

O chefe da diplomacia dos EUA também afirmou que os aliados devem continuar a fortalecer sua base industrial militar e, embora 23 dos 32 já tenham atingido o marco de investir 2% de seu produto interno bruto (PIB) em defesa, argumentou que o investimento precisa ser feito “onde é necessário”.

Blinken deixou claro que o presidente dos EUA, Joe Biden, “tem toda a intenção de seguir em frente e aproveitar cada dia para continuar a fazer o que fizemos nos últimos quatro anos, o que fortaleceu esta Aliança”.

“Ela é fundamental para a segurança dos Estados Unidos e dos países da Europa, e nós faremos isso”, enfatizou, ao mesmo tempo em que garantiu que eles continuarão apoiando a Ucrânia ‘para garantir que ela possa se defender efetivamente contra a regressão russa’.

Rutte enfatizou que, graças à liderança dos EUA, “a Ucrânia prevaleceu e a Rússia não venceu”.

“Obviamente, temos que fazer mais para garantir que a Ucrânia permaneça na luta e seja capaz de repelir o máximo possível o ataque russo e impedir que (o líder russo Vladimir) Putin tenha sucesso na Ucrânia”.

Na opinião do político holandês, o fato de os militares norte-coreanos estarem “ativos na Ucrânia” representa uma “ameaça extra” para Kiev, que “aumentará o potencial de Putin para causar danos”, mas também implica “um custo” para ele.

“Ele (Putin) tem que pagar por isso. E ele está pagando com tecnologia, por exemplo, tecnologia de mísseis para a Coreia do Norte, que representa uma ameaça não apenas para o lado europeu da OTAN, mas também para os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão”, analisou.

Rutte observou que a China, “ao contornar as sanções” contra a Rússia, enviando-lhe produtos de uso duplo (civil e militar), está “ajudando o esforço de guerra do Kremlin”.

Segundo Rutte, o Irã está contribuindo para isso ao fornecer à Rússia tecnologia de drones e outros suprimentos que Moscou “paga com dinheiro” que, por sua vez, permite que Teerã “continue seus esforços para desestabilizar o Oriente Médio e além”.

“Isso significa que temos que manter o curso, aumentar a produção de defesa do lado dos EUA aqui na Europa, que temos que fazer mais em termos de gastos e fazer mais para garantir que a Ucrânia possa prevalecer”, concluiu.