O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, discutiu nesta terça-feira com o presidente do Egito, Abdel Fattah al Sisi os esforços diplomáticos para alcançar uma trégua, libertar reféns e aumentar a ajuda humanitária à Faixa de Gaza.
Durante a reunião, que também contou com a presença do ministro das Relações Exteriores egípcio, Sameh Shukri, e do chefe da inteligência, Abbas Kamel, eles discutiram “a evolução dos intensos esforços para alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza”, de acordo com um comunicado da presidência do Egito.
Os envolvidos também discutiram o processo de mediação para chegar a um acordo sobre a troca de reféns mantidos pelo Hamas por prisioneiros palestinos nas penitenciárias israelenses, além de aumentar o fluxo de ajuda “para acabar com o sofrimento humano” na Faixa de Gaza, onde mais de 27.500 pessoas morreram desde 7 de outubro.
Nesse sentido, Sisi falou a Blinken sobre os “enormes esforços” que o Egito está fazendo para entregar ajuda através da passagem de Rafah, a única não controlada por Israel, que liga o enclave palestino à Península do Sinai.
O governante egípcio também destacou “o papel fundamental” da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) em nível humanitário, depois que cerca de 20 países, incluindo os Estados Unidos, congelaram o financiamento futuro da organização após acusações contra alguns de seus membros de envolvimento em ataques do Hamas em 7 de outubro.
Sisi também pediu a “implementação das resoluções internacionais e da ONU relacionadas à crise”, a fim de alcançar “uma solução justa e abrangente para a questão palestina e garantir a estabilidade sustentável” no Oriente Médio, que tem se tornado cada vez mais tenso.
O Egito, juntamente com Catar e Estados Unidos, é o principal mediador entre Israel e o Hamas, que estuda uma proposta de acordo de trégua elaborada em Paris para libertar reféns mantidos na Faixa de Gaza em troca do fim das hostilidades e da libertação dos palestinos.
Blinken chegou ao Cairo nesta terça-feira, na segunda parada de sua nova viagem pelo Oriente Médio, com o objetivo de avaliar com os principais participantes regionais os esforços para uma trégua e evitar a possível expansão do conflito no enclave palestino.
Esta viagem, a quinta desde a eclosão da guerra na Faixa de Gaza há quatro meses, ocorre em meio a tensões crescentes sobre os contínuos ataques dos houthis no mar Vermelho, assim como os recentes bombardeios de Washington na Síria, no Iraque e no Iêmen.