O presidente Joe Biden instou no sábado seu homólogo cambojano a garantir “total transparência” em relação às atividades militares chinesas na base naval de Ream, na costa sul do Camboja, informou a Casa Branca.
Biden se reuniu com o primeiro-ministro cambojano Hun Sen, que também é presidente da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), à margem da cúpula regional em Phnom Penh, Camboja, no sábado.
“Também quero agradecer a clara condenação do Camboja à invasão da Ucrânia pela Rússia e sua liderança da ASEAN durante o que deve ser um dos anos mais difíceis”, disse Biden na reunião.
I met with Prime Minister Hun Sen of Cambodia to discuss Cambodia’s leadership of ASEAN during a challenging year. I also reiterated the United States’ commitment to the Cambodian people and their aspirations for a more prosperous, democratic, and independent country. pic.twitter.com/zm55XN3YgW
— President Biden (@POTUS) November 12, 2022
Biden instou Hun Sen a “reabrir o espaço cívico e político antes das eleições de 2023” e pediu a libertação de ativistas detidos por acusações de motivação política, incluindo Theary Seng, que foi preso por traição em junho.
O presidente também levantou preocupações sobre as atividades militares chinesas na base naval de Ream e pediu total transparência, segundo a Casa Branca.
Presença militar da China
Os Estados Unidos instaram o Camboja a fornecer transparência sobre o papel da China em sua base naval após relatos de que uma nova instalação estava sendo construída para “uso exclusivo” dos militares chineses.
O ministro da Defesa do Camboja, Tea Banh, disse em 9 de junho que a China financiou a modernização da base naval de Ream, mas que a atualização foi em benefício da Defesa Nacional do Camboja, não dos militares chineses.
“A Base Naval Ream é pequena, portanto precisamos atualizar nossa base para proteger nossa nação, território e soberania”, disse Tea Banh durante um evento de inovação na base naval, informou o Khmer Times. Ele disse que a atualização inclui a reabilitação da doca seca, do píer e da rampa de lançamento.
O embaixador chinês, Wang Wentian, disse no evento de inovação que a atualização da base “não é direcionada a terceiros e será propícia a uma cooperação prática ainda mais próxima entre os dois militares”.
Os militares chineses construíram três novos edifícios em Ream, em agosto e setembro de 2022, de acordo com imagens de satélite divulgadas pela Asia Maritime Transparency Initiative, um think tank com sede nos EUA, em 12 de outubro de 2021.
O Pentágono disse em um relatório de 2021 (pdf) que o Camboja demoliu duas instalações financiadas pelos EUA, em Ream, depois de recusar a oferta de Washington de pagar pela reforma de uma das instalações, “o que sugere que o Camboja pode ter aceitado assistência da RPC para desenvolver a base”, afirmou o relatório, referindo-se à República Popular da China.
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, disse a repórteres em 6 de junho, que uma presença militar chinesa exclusiva em Ream poderia ameaçar a autonomia do Camboja e minar a segurança regional.
“Nós e os países da região expressamos preocupação com a falta de transparência sobre a intenção, a natureza, o escopo deste projeto, bem como o papel que os militares da RPC estão desempenhando em sua construção e seu uso pós-construção das instalações”, disse Price.
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