Por Ivan Pentchoukov
O presidente Joe Biden disse a repórteres na terça-feira que durante um telefonema, ele e o líder chinês Xi Jinping se comprometeram a cumprir o “acordo de Taiwan“.
Biden fez a declaração após dias de provocações do regime chinês, que deslocou dezenas de aviões de guerra para a zona de defesa aérea de Taiwan.
“Falei com Xi sobre Taiwan. Nós concordamos. Cumpriremos o acordo de Taiwan. É onde estamos e deixei claro que não acho que ele deva fazer outra coisa senão cumprir o acordo”, disse Biden.
No entanto, os dois líderes podem ter interpretações diferentes do que constitui o “acordo”. Para Biden, ele parecia estar se referindo à ” política de uma só China” de décadas de Washington , que afirma que há apenas um Estado soberano com o nome de “China”.
Em contraste, o regime chinês defende seu próprio “princípio de uma só China”, segundo o qual Pequim afirma a soberania sobre Taiwan. O regime chinês tem um histórico conhecido de exigir que outros governos adotem seus princípios em Taiwan, o que os Estados Unidos não aceitaram.
O telefonema ocorreu em meio à escalada da agressão militar do regime chinês contra a ilha democrática que o regime afirma ser sua. Pequim enviou 56 aviões de guerra para a zona de defesa aérea de Taiwan em 4 de outubro, sendo essa a maior incursāo já registrada. Ele encerrou quatro dias de provocações envolvendo cerca de 150 aeronaves militares.
As incursões de segunda-feira ocorreram apesar da condenação e de uma exigência de paralisação das atividades feita pelos Estados Unidos um dia antes.
“Os Estados Unidos estão muito preocupados com a atividade militar provocativa da República Popular da China perto de Taiwan, que é desestabilizadora, arrisca erros de cálculo e prejudica a paz e a estabilidade regional”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, em um comunicado em 3 de outubro.
“Instamos Pequim a cessar sua pressão militar, diplomática e econômica e coerção contra Taiwan”
Pequim respondeu às crescentes críticas na segunda-feira avisando Washington que suas vendas de armas para Taiwan e navios de guerra dos EUA, passando pelo Estreito de Taiwan, afetariam as relações bilaterais.
A presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, advertiu em um ensaio publicado em 5 de outubro que haveria consequências “catastróficas” para a paz regional e a democracia se Taiwan caísse nas mãos do PCC.
“Taiwan está na linha de frente da disputa global entre a democracia liberal e o autoritarismo”, escreveu Tsai, acrescentando que o país não busca a guerra e espera “uma coexistência pacífica, estável, previsível e mutuamente benéfica com seus vizinhos”.
“Mas se sua democracia e seu modo de vida forem ameaçados, Taiwan fará de tudo para se defender”, disse Tsai.
O Partido Comunista Chinês reivindica Taiwan como seu próprio território e prometeu tomá-la à força se necessário. A TRA exige que o futuro de Taiwan seja determinado pacificamente.
O Epoch Times contatou a Casa Branca e o Departamento de Estado para maiores esclarecimentos sobre os comentários de Biden.
Eva Fu, Frank Fang, Dorothy Li e Katabella Roberts contribuíram para este artigo.
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