Por Tom Ozimek
O presidente Joe Biden, na terça-feira, mencionou publicamente a Tesla pela primeira vez em sua presidência, após várias reclamações do CEO da empresa, Elon Musk, que criticou no Twitter e em entrevistas que Biden parecia estar ignorando deliberadamente o papel pioneiro de sua empresa no mercado de veículos elétricos.
A mensagem de Biden para Tesla, que estava para chegar há muito tempo, veio em um evento da Casa Branca anunciando que uma fabricante australiana de carregadores de veículos elétricos construirá uma fábrica em Lebanon, no Tennessee.
A Tritium, com sede em Brisbane, declarou em um comunicado que a fábrica abrigaria até seis linhas de produção, produzindo mais de 10.000 unidades de carregadores rápidos DC da empresa por ano e traria mais de 500 empregos para a região.
Biden elogiou o anúncio da Tritium como “ótima notícia” para os trabalhadores, a economia e “francamente, o planeta”, enquanto descreve a planta planejada como parte de seu impulso “Made in America”. Então, pela primeira vez desde que assumiu o cargo, ele mencionou a Tesla pelo nome.
“Desde 2021, as empresas anunciaram investimentos totalizando mais de US$ 200 bilhões em fabricação doméstica aqui nos Estados Unidos, de empresas icônicas como GM e Ford construindo uma nova produção de veículos elétricos; a Tesla, a maior fabricante de veículos elétricos do país; até empresas mais jovens e inovadoras como Rivian, construindo caminhões elétricos, ou Proterra, construindo ônibus elétricos”, afirmou Biden.
Musk reconheceu a mensagem de Biden, respondendo a um tweet observando o comentário do presidente com um emoji de óculos de sol sorridente.
O chefe da Tesla reclamou anteriormente que Biden não havia mencionado a empresa pelo nome.
“Por razões desconhecidas, @potus é incapaz de dizer a palavra ‘Tesla'”, escreveu Musk em um tweet de 30 de janeiro, marcando a conta oficial do presidente dos Estados Unidos, o mais recente de uma série de tweets nesse sentido.
Outro tweet crítico de Musk veio em resposta a uma declaração postada na conta oficial do Twitter presidencial que destacou a GM e a Ford por aumentar a produção doméstica de veículos elétricos.
Assessores da Casa Branca afirmaram que o pró-sindicato Biden evitou mencionar Tesla porque sentiu que a empresa se opõe aos sindicatos.
Musk fez comentários críticos sobre a atividade sindical, incluindo um tweet de 2018 que o colocou em apuros com o National Labor Relations Board (NLRB).
“Nada impede a equipe da Tesla em nossa fábrica de automóveis de votar na união. Poderiam fazê-lo se quisessem. Mas por que pagar taxas sindicais e abrir mão de opções de ações por nada? Nosso histórico de segurança é 2 vezes melhor do que quando a planta era UAW (União dos Trabalhadores Automotivos) e todos já recebem assistência médica”, escreveu Musk na época.
Esse tweet provocou uma investigação do NLRB sobre a quebra de sindicatos na Tesla após a União dos Trabalhadores Automotivos (UAW) reclamar, com a agência finalmente descobrindo que a mensagem de Musk violava a lei trabalhista e ordenando que ele a excluísse.
Em setembro, Musk reagiu criticamente a um projeto de lei proposto pelos democratas que incentivaria a compra de veículos elétricos feitos em instalações sindicais nos Estados Unidos com um bônus de US $4.500.
Musk também criticou Biden em agosto, quando ele não foi convidado para um evento na Casa Branca.
“(Eles) não mencionaram a Tesla uma vez e elogiaram a GM e a Ford por liderarem a revolução dos veículos elétricos. Isso soa talvez um pouco tendencioso?” Musk afirmou durante um painel de discussão. “Não é a administração mais amigável, parece ser controlada pelos sindicatos”.
Quando questionada sobre a citação do nome da Tesla, a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou: “Todos sabemos que a Tesla é uma grande produtora de veículos elétricos”, acrescentando que a Casa Branca vê uma “enorme oportunidade” para os Estados Unidos vinda da indústria em geral.
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