Biden afirma acreditar que Putin decidiu invadir a Ucrânia

"Temos motivos para acreditar que as forças russas estão planejando e pretendem atacar a Ucrânia na próxima semana – nos próximos dias"

19/02/2022 12:20 Atualizado: 19/02/2022 12:20

Por Jack Phillips 

O presidente Joe Biden afirmou na tarde de sexta-feira que autoridades de inteligência dos EUA acreditam que a Rússia invadirá a Ucrânia nos próximos dias e terá como alvo sua capital, Kiev.

“Temos motivos para acreditar que as forças russas estão planejando e pretendem atacar a Ucrânia na próxima semana – nos próximos dias”, afirmou ele na Casa Branca, sem fornecer detalhes. “Acreditamos que eles terão como alvo a capital da Ucrânia, Kiev”.

Biden também afirmou que as autoridades acreditam que “neste momento estamos convencidos de que [Putin] tomou a decisão” de invadir a Ucrânia. Os Estados Unidos, ele acrescentou, não enviarão tropas à Ucrânia para lutar.

Os relatos que a Rússia supostamente pressionou a Ucrânia, de que os militares ucranianos estão planejando lançar um ataque, são falsos, declarou Biden.

Tal cenário, continuou ele, “está de acordo com o cenário de pretexto sobre o qual os Estados Unidos e nossos aliados e parceiros vêm alertando há semanas”.

Moscou não emitiu uma resposta imediata, mas o Kremlin negou continuamente que invadirá seu vizinho. Mais de 100.000 soldados russos estão estacionados perto de áreas ao longo da fronteira da Rússia com a Ucrânia há cerca de um mês, e autoridades dos EUA disseram que esse número aumentou para mais de 190.000 nos últimos dias.

“Vemos forças adicionais indo para a fronteira, incluindo forças de ponta”, relatou o secretário de Estado, Antony Blinken, na Conferência de Segurança de Munique. “Esta é a mobilização militar mais significativa na Europa desde a Segunda Guerra Mundial”, afirmou o embaixador dos EUA, Michael Carpenter, em outra reunião na Europa.

Autoridades dos EUA, no fim de semana passado e nesta semana, alertaram que a Rússia invadiria eminentemente, enquanto informes de fontes anônimas afirmavam que o ataque começaria no dia 16 de fevereiro, o que já aconteceu e parou.

Em uma postagem no Twitter, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia refutou as alegações dos funcionários da Casa Branca.

“Todos os movimentos das tropas russas ocorrem em nosso território nacional. Ao mesmo tempo, vemos o aumento das atividades militares ocidentais perto de nossas fronteiras”, escreveu na sexta-feira.

Um membro das Forças Militares Ucranianas caminha enquanto mantém posição na linha de frente com separatistas apoiados pela Rússia, perto de Novolugansk, na região de Donetsk, no dia 17 de fevereiro de 2022 (ANATOLII STEPANOV/AFP via Getty Images)
Um membro das Forças Militares Ucranianas caminha enquanto mantém posição na linha de frente com separatistas apoiados pela Rússia, perto de Novolugansk, na região de Donetsk, no dia 17 de fevereiro de 2022 (ANATOLII STEPANOV/AFP via Getty Images)

Embaixador da Rússia nos EUA, Anatoly Antonov, também na sexta-feira, afirmou que atrocidades estão sendo cometidas contra pessoas de língua russa no leste da Ucrânia e que valas comuns com 300 pessoas foram encontradas no Donbass. As potências ocidentais, afirmou, estão ignorando um suposto genocídio.

“Os americanos preferem não apenas ignorar as tentativas de assimilação forçada de russos na Ucrânia, mas também as toleram fortemente com apoio político e militar”, afirmou Antonov, segundo relatos da mídia russa.

As declarações de Biden ocorrem quando várias grandes explosões foram relatadas na sexta-feira nas cidades de Donbass de Lugansk e Donetsk, localizadas no leste da Ucrânia, e são controladas por grupos rebeldes separatistas, segundo a mídia estatal russa. Blinken e autoridades ocidentais alegaram que a Rússia está tentando criar o pretexto para justificar uma invasão da Ucrânia, incluindo um possível ataque de bandeira falsa.

Autoridades russas afirmaram que uma explosão envolveu o oleoduto de Lugansk, culpando os militares ucranianos pelo incidente, informou a mídia estatal Sputnik News.

“Refutamos categoricamente os relatórios de desinformação russos sobre as supostas operações ofensivas da Ucrânia ou atos de sabotagem em instalações de produção química”, escreveu o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, no Twitter na sexta-feira. “A Ucrânia não conduz ou planeja tais ações no Donbass. Estamos totalmente comprometidos apenas com a resolução diplomática de conflitos”.

Mais cedo na sexta-feira, os chefes das duas regiões separatistas anunciaram que evacuariam suas respectivas áreas e enviariam civis para a vizinha Rússia.

Denis Pushkin, chefe da autoproclamada República Popular de Donetsk, afirmou nas redes sociais que a Rússia concordou em fornecer acomodação para aqueles que saem, segundo relatos da mídia. Mulheres, crianças e idosos devem ser evacuados primeiro. A outra região autoproclamada, Luhansk, fez um anúncio semelhante.

Mas alguns em Donetsk declararam à Reuters que acreditam que a crise é exagerada.

“Acho que tudo vai acabar em poucos dias”, afirmou um homem de 20 anos que esperava na fila para sacar dinheiro de um caixa eletrônico, informou a Reuters.

Autoridades ucranianas declararam repetidamente que não acreditam que a Rússia lançará uma invasão em grande escala. Na sexta-feira, o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, afirmou que “estimamos a probabilidade de uma escalada em larga escala como baixa”, apesar das advertências dos EUA.

O Epoch Times entrou em contato com a Embaixada da Rússia em Washington para comentários.

A Reuters contribuiu para esta reportagem.

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