Por Agência EFE
O Banco Mundial afirmou nesta quinta-feira (4) que a Venezuela vive a pior crise da história moderna na América Latina, uma constatação feita após o cálculo de que o Produto Interno Bruto (PIB) do país recuará 25% em 2019, após uma queda de 17,7% em 2018.
“Nada podia preparar a região para a escalada da crise econômica, social e humanitária na Venezuela, de longe a pior crise na história moderna da região”, disseram os analistas do Banco Mundial no relatório semestral sobre as projeções de crescimento econômico da América Latina e do Caribe divulgado hoje.
O Banco Mundial considera que as condições socioeconômicas da Venezuela continuam se deteriorando rapidamente devido à queda do preço do petróleo, às políticas “altamente distorcivas” do governo de Nicolás Maduro, além de um ajuste fiscal desordenado e uma má gestão da economia por parte do chavismo.
No relatório, a instituição criticou a monetização da dívida do setor público feita por Maduro, uma medida que, segundo o Banco Mundial, prejudicou bastante a economia do país.
“(Esses fatores) causaram hiperinflação, desvalorização cambial e uma contração maciça no produto e no consumo”, destacou o órgão.
O PIB da Venezuela encolheu 17,7% no ano passado e pode recuar 25% neste ano, segundo os cálculos do Banco Mundial. Caso as projeções se confirmem, a queda acumulada desde 2013 será de 60%.
A inflação chegou a 1.370.000% no fim do ano passado. Para o Banco Mundial, o índice deve fechar 2019 em 10.000.000%.
O relatório regional do Banco Mundial também incluiu estimativas de fontes não oficiais, que indicam que 90% da população da Venezuela vive em condições de pobreza.
A Agência da ONU para os Refugiados e a Organização Internacional para as Migrações, citadas pelo Banco Mundial, projetam que 5 milhões de pessoas terão deixado o país até o fim de 2019.
No documento divulgado hoje, o Banco Mundial diminuiu de 1,6% para 0,9% a previsão do crescimento econômico da região em 2019. A queda, segundo o relatório, se deve aos avanços “frágeis ou negativos” dos PIBs de Brasil, México e Argentina.
Se a Venezuela não for levada em conta, a instituição prevê, no entanto, que a região crescerá 1,9% em 2019 e 2,7% em 2020.